1. Os atores
A programação do Festival de Almada privilegia, este ano, os espetáculos de proximidade entre os intérpretes e os espectadores. A ideia, explica o diretor e encenador Rodrigo Francisco, é centrar o festival “no virtuosismo discreto dos atores” e naquele “momento insondável no qual os atores são capazes de nos impor a sua ‘verdade’”. É o caso de Hedda Gabler, peça para apenas 70 espectadores que regressa este ano como Espetáculo de Honra (Casa da Cerca, Almada, 5-7 jul, qua-sex 15h e 19h).
2. António Lagarto
Nesta edição, o festival presta homenagem ao cenógrafo e figurinista António Lagarto, pela sua carreira de 40 anos no teatro. Na sala polivalente da Escola D. António da Costa, em Almada, estará uma exposição que olha o seu percurso em Portugal e no estrangeiro (4-18 jul, 15h-24h). Já no átrio, haverá uma instalação de António Lagarto, em torno do mito de Narciso, um jardim de neons e espelhos (4-18 jul, 18h-24h).
3. Em português
No ciclo O Novíssimo Teatro Português, são cinco os espetáculos no festival, alguns deles em estreia: Topografia, do Teatro da Cidade (10 jul), Karl Valentim Kabarett, do Teatro do Elétrico (10 jul), Primeira Imagem, encenado por John Romão (12-16 jul), Por Nascer Uma Puta Não Acaba a Primavera, com encenação de Alexandre Tavares e Anouschka Freitas (13 jul) e A Morte do Príncipe, com dramaturgia e encenação de Ricardo Boléo (15 jul). Haverá, ainda, três estreias em português: História do Cerco de Lisboa, a partir de José Saramago, pela algarvia ACTA (5-6 jul), Operários, pela Útero (5-9 jul) e Ela Diz, pelo Teatro da Garagem (5-9 jul).
4. Regressos
De volta aos palcos estão dois espetáculos de Tiago Rodrigues (Bovary, versão francesa, 6-7 jul; e A Perna Esquerda de Tchaikovski, 8-9 jul) e Moçambique, da companhia mala voadora (6 jul).
5. De lá para cá
França, Noruega, Bélgica, Argentina, Roménia, Inglaterra, Israel, Itália, Suíça e Espanha… Como sempre, ao Festival de Almada chega teatro dos quatros cantos do mundo, das dramaturgias mais clássicas às mais contemporâneas. O italiano Pippo Delbono traz Evangelho, descrito como “uma missa a um tempo laica e lírica” (15-16 jul). Já o suíço Christoph Marthaler apresenta Uma Ilha Flutuante, a partir de Eugène Labiche (16-17 jul). Expectativa causam também, entre várias outras, as peças Golem, da companhia britânica 1927 (12-13 jul), e Mãe, dos belgas Peeping Tom (11 jul).
6. O sentido dos mestres
Depois de Luís Miguel Cintra, Peter Stein e Ricardo Pais, é Juni Dahr quem assume o papel de “mestra” nesta edição. A atriz e encenadora norueguesa fará quatro sessões práticas durante o festival, centradas na interpretação e nos diferentes métodos de trabalho, sempre partindo do universo de Ibsen, que investiga há vários anos.
7. Uma letra para um festival
Seguindo a tradição de convidar, todos os anos, um artista diferente para criar o cartaz do festival, a edição deste ano foi ainda mais longe, desafiando o designer Jorge dos Reis a imaginar, não só o cartaz, mas um tipo de letra original. Nasceram, assim, as Benite, letras animadas com caras de atores. Na Casa da Cerca, em Almada, estará a exposição Terra Plana, Humanismo e Formalismo – Vinte Anos de Prática Projectual em Design Gráfico (1996-2016), com trabalhos de Jorge dos Reis (até 30 ago, ter-sex 10h-18h, sáb-dom 13h-18h).
Festival de Almada > vários locais de Almada e de Lisboa > 4-18 jul