Desde o seu surgimento, em 1986, e especialmente desde o álbum de estreia, I Hope You’re Sitting Down, editado oito anos mais tarde, os Lambchop têm sido sempre o projeto de Kurt Wagner. “Um pintor que nunca pensou em ser músico”, como foi em tempos apresentado, mas que mesmo assim se tornou num dos mais influentes nomes da música alternativa americana. Nos Lambchop, Kurt tem reunido à sua volta uma imensidão de músicos de primeira água – o número de ex- -membros já há muito ultrapassou os dois dígitos – com quem tem reinventado (e baralhado) fronteiras estéticas e estilísticas.
Country, rock e soul são alguns dos estilos desde sempre presentes na inclassificável música deste coletivo, que agora se aventura num álbum de música eletrónica. Flotus, assim se chama, foi editado há pouco mais de um mês e é inspirado em sons do quotidiano de Nashville, representando (mais um) momento de reinvenção de uma banda que já deu ao mundo álbuns tão sublimes como Nixon, Is a Woman ou o mais recente Mr. M, disco de homenagem ao falecido músico Vic Chesnutt, um dos maiores amigos de Kurt Wagner.
E é isso que torna este trabalho ainda mais especial, no modo como esta nova abordagem à música não desmerece, muito pelo contrário, toda a obra anterior. Antes a confirma, numa continuidade que tem no piano a marca de água de toda uma carreira, como o público português tem agora oportunidade de comprovar ao vivo nestes dois concertos em Lisboa e em Espinho.
Teatro Municipal Maria Matos > Av. Frei Miguel Contreiras, 52, Lisboa > T. 21 843 8800 > 17 jan, ter 22h > €14
Auditório de Espinho > R. 34, 884, Espinho > T. 22 734 1145 > 18 jan, qua 21h30 > €12