Ele parecia invencível, mas a vida pregou uma valente rasteira ao vilão Bryce Walker. Só a morte impediu o arrogante atleta do liceu de Liberty de continuar a violar as raparigas que o rodeavam, a espancar os colegas e a sair incólume de todas as barbaridades que a Justiça norte-americana não puniu de forma exemplar (três meses em liberdade condicional). A decisão de matar a personagem interpretada por Justin Prentice não é inocente, por parte dos produtores e argumentistas que assinam a adaptação do livro de Jay Asher (Por Treze Razões, Ed. Presença). É uma tentativa de prender os espectadores por mais duas temporadas (a quarta está garantida e será a última).
Há mais de um ano que os fãs aguardam pelos novos episódios, e esta reviravolta no enredo parece estar um passo à frente, corrigindo assim abordagens mais polémicas do passado com temas como suicídio, abuso sexual, drogas, armas e bullying. Aliás, em julho, a Netflix, depois de consultar médicos especialistas da Fundação Americana para a Prevenção do Suicídio, decidiu eliminar a cena polémica de Hannah Baker (Katherine Langford) no final da primeira temporada de Por Treze Razões. Embora, a plataforma de streaming alegue que recebeu feedback de jovens que, ao verem a série, se sentiram encorajados para falar de questões como a depressão, a verdade é que a taxa de suicídio entre jovens norte-americanos dos 10 aos 17 anos subiu 28,9% em abril de 2017, um mês depois de a série se estrear. No total, houve mais 195 mortes de abril a dezembro desse ano, segundo um estudo apoiado pelo National Institutes of Health.
No trailer algo sombrio desta terceira temporada, são vários os pormenores que levantam dúvidas sobre o que andam a tramar os adolescentes de Liberty. Se, na primeira temporada, fomos guiados pela voz de Hannah Baker, que deixou pistas sobre as causas do suicídio em cassetes de áudio, na segunda, foram outros dos seus colegas a guiarem o espectador pela conspiração que se desenrolava através de polaroides que apareciam de forma misteriosa. Agora é a nova personagem Ani (Grace Saif), que surge no trailer a limpar manchas de sangue da roupa, a conduzir a narrativa, resumindo que qualquer um poderá ser o assassino.
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