Nascida em 1859, a Ourivesaria Coutinho é, dizem, a mais antiga da cidade. Noutros tempos, era, afinal, na Rua das Flores que se encontravam “as lojas mais ricas do burgo”. Era nesta zona do Porto que a burguesia se abastecia dos “pequenos luxos”. “Chegaram a existir 37 ourivesarias”, recorda Conceição Esteves, 58 anos, que aqui trabalha há mais de 30. O colega, Hamilton Coelho, 72 anos, funcionário de uma dessas ourivesarias antigas da rua desde os 12 anos, ainda se lembra das escapadelas para jogar à bola no terraço da Ourivesaria Aliança, ali ao lado e que entretanto fechou.
Pratas e filigranas (especialmente corações de Viana) é o que mais se vende na Ourivesaria Coutinho. Embora a maioria dos clientes sejam os turistas, há ainda “famílias inteiras que aqui fazem as compras”, garante Conceição Esteves. Muitas compram talheres em prata para, aos poucos, irem completando um faqueiro. A ourivesaria é uma das poucas ainda existentes nesta rua – juntamente com outras resistentes como a Ourivesaria das Flores ou a Ferreira Joalheiros – e de lojas antigas de atoalhados como a Monteiro’s. A Rua das Flores, que se transformou em pedonal há dois anos, é, hoje, uma das principais ligações entre a Ribeira e a Estação de São Bento. E, por isso, transformada num vai e vem de gente.
Ourivesaria Coutinho > R. das Flores, 185, Porto T. 22 200 6340 > seg-sex 9h30-12h30, 14h30-18h45, sáb 9h15-12h30