É uma investigação baseada em factos históricos, mas lê-se este Assassinos da Lua das Flores (Quetzal, 424 págs., €19,90) com volúpia e ritmo de thriller: os culpados só são identificados no fim, depois de pistas e percalços. Jornalista da New Yorker, David Grann desenterrou o “Reinado do Terror” – os assassinatos dos Osage, motivados pela proverbial cupidez do homem branco perante povos indefesos. Forçados a ceder os seus territórios, os índios confinaram-se no infértil Oklahoma, comprado com direitos sobre tudo (acima e abaixo da terra) e o petróleo transformou-os no povo mais rico do mundo per capita em 1923, entregues ao desvario de ter mansões, carros, teatros de ópera…
Cruzam-se, aqui, duas narrativas fascinantes: a história das quatro irmãs Burkhart, casadas com homens brancos “apaixonados” (que morreram assassinadas à exceção de Mollie, sobrevivente a atos médicos suspeitos); e o retrato do FBI pré-moderno através da investigação às ordens do novo diretor, J. Edgar Hoover.