Num dia destes, a meio da semana, por volta das seis e meia da tarde, a sala do restaurante A Cabana, na Apúlia, estava bem composta e, antes da sete, já tinha a lotação esgotada. É sempre assim: casa cheia, de maio a fins de setembro, a recomendar que se faça marcação prévia para se evitar o risco de não ter acesso à mesa. Vale a pena a marcação e até a eventual espera, porque há boa comida, feita com produtos de qualidade indiscutível. É por isso que chegam clientes de todo o lado à procura dos seus mariscos preferidos e dos seus peixes de eleição. O ambiente informal, descontraído e barulhento é típico da casa, onde os pedidos à cozinha são feitos de onde quer que o pessoal – empregados e patrões – se encontre, em alta voz e sem pruridos de linguagem. Está-se em família, incluindo clientes, numa sala com decoração singela e profusa, repleta de mesas, apinhada de gente, onde, não obstante, o serviço flui em grande ritmo: marisco para aqui, peixe para ali, folhadinho ou clarinha para acolá, se alguém já vai na sobremesa. É uma casa alegre e transbordante de vida, onde reinam os peixes e os mariscos, que se exibem na montra e no grelhador.
A Cabana atrai e prende o cliente com a qualidade desses produtos, que prepara de forma tão simples como cuidada, sem outra preocupação que não seja a de preservar as suas qualidades. É assim com os mariscos: camarão da costa, no seu tempo, navalheiras, santolas, percebes, lagostas, lavagantes, entre outros; e com os peixes: sardinhas, que estão no seu auge, robalos, sargos, linguados, rodovalhos e muitos mais, como o polvo e as lulas, estas numa espetada com gambas que é um regalo. Há saber e rigor no controlo da brasa e do tempo de grelha. O acompanhamento usual de legumes salteados pode ser substituído por salada, no período de verão, que é uma alternativa mais fresca. Outros pratos com histórias de sucesso são os arrozes de marisco e de gambas com tamboril, ambos bem confecionados e servidos com generosidade, mas há outro que vem a ganhar adeptos e a merecer aplausos: massada com miolo de gambas e tamboril. Quanto às carnes, quatro alternativas que passam pela grelha: lombo de boi, costelinha, costeleta de vitela e espetada de peru. Muito boa doçaria tradicional e regional, como folhadinhos, clarinhas, pudim Abade de Priscos, leite–creme e rabanadas, na época. A garrafeira melhorou muito, com mais e melhor oferta, destacando-se as sugestões da semana, com escolhas criteriosas. Serviço despachado e cordial.
A Cabana > Av. Marginal de Cedovém, Apúlia, Esposende > T. 253 982 065 > seg-qua, sex-dom 12h-15h, 18h-22h > €25 (preço médio)