A sopa no pote, ou caldo do pote à antiga, como também chamam a esta especialidade regional de Vieira do Minho, feita com feijão-amarelo, couve-galega e carnes do cozido, como pernil e chispe, é típica do inverno, mas está em destaque, desde princípios de julho e até ao fim de agosto, no restaurante Retiro da Cabreira, aonde se dirige muita gente conhecedora do gosto que tem e do bem que sabe. São emigrantes mas não só. Também acorrem visitantes de outras regiões, quer do País quer de fora, atraídos sobretudo pela paisagem, que é única e constitui o grande cartaz turístico da região. Vai para dez anos que este restaurante foi criado, nas lonjuras da Cabreira, ao lado do Gerês, e o que o distingue, além da tranquilidade e da beleza circundantes, é ter alma, que se reflete no arranjo das salas com lareira, mesas amplas, toalhas brancas e caminhos de mesa cinzentos, centros com flores naturais e velas, no ambiente familiar, e, acima de tudo, no apego evidente aos produtos locais e à gastronomia regional.
A cozinha é da brasa e do forno, a ementa baseia-se nos produtos da época. Mas, coisa interessante, alguns pratos considerados de inverno, como o cabrito da serra no forno a lenha, a vitela barrosã na brasa (“posta à Vieira”, na ementa) ou o churrasco de boi são de todo o ano. O cabrito, além da carne ótima e da assadura perfeita, tem batatas assadas, arroz de forno e grelos muito bons; a vitela, que é um espanto de tenrura, e o churrasco de boi, também muito gostoso, valem pela qualidade dos produtos, sem tirar mérito ao grelhador. A estes três pilares da ementa podem juntar-se, no dia a dia: bacalhau com broa (posta alta em união perfeita com a broa de milho por obra do forno e do azeite), polvo à lagareiro (vai à brasa e depois ao forno com pimento e cebola, ganhando um sabor bom e muito característico) e borrego em vinho tinto (carne grelhada e regada com uma redução de vinho tinto e alho, surpreendente); no tempo mais frio: cozido à portuguesa (carne de porco bísaro), rojões à moda do Minho com papas de sarrabulho, chanfana de cabra, couves com feijões (porventura o prato emblemático de Vieira, com o tal feijão-amarelo, couve e várias carnes) e a sopa no pote, obviamente. Boa doçaria caseira como, por exemplo: pudim do abade de Priscos, leite-creme (queimado na hora), arroz-doce, tarte de chocolate crocante, cheesecake de mirtilos, entre outros. Garrafeira pequena, talvez pelo predomínio do vinho verde da região, servido em jarrinho e bebido da malga, à maneira tradicional. Com o café, vem à mesa uma garrafinha de bagaceira de vinho verde, cortesia da casa. Serviço eficiente e simpático.
Retiro da Cabreira > R. do Imigrante, 102, Tabuadelo, Pinheiro, Vieira do Minho > T. 253 741 210 / 93 290 5447 > seg-ter, qui-sáb 12h-15h, 19h-23h, dom 12h-15h (agosto aberto todos os dias) > €20 (preço médio)
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