Mais de 300 variedades de cerveja artesanal, de 50 marcas, estão à prova no festival Artbeerfest, em Caminha
Diana Tinoco
1. Os cervejeiros
São 50 os cervejeiros presentes nos quatro dias do Artbeerfest (em 2018, foram 32), metade dos quais oriundos de todo o mundo. Às marcas portuguesas Dois Corvos, Oitava Colina, Luzia, Velhaca, Dos Santos, Post Scriptum, Vadia, Piratas Cervejeiros, Letra, Lupum, Bemdita, Dos Diabos, Sovina, entre outras, juntam-se outras estrangeiras, algumas inéditas. Desta vez, há sete cervejeiros dos Estados Unidos da América (Nova Iorque, Portland, Chicago, e Buffalo), um de Israel (Alexander Beer), um da Croácia (The Garden), além de produtores da Itália, Alemanha, Noruega, Espanha, Hungria, Grécia e Estónia. Da Escócia vêm quatro cervejeiras – Tempest Brewing, 71 Brewing, Fyne Ales e Vault City –, à boleia do projeto Beer Without Borders, uma espécie de movimento de afirmação anti-Brexit cervejeiro, impulsionado pelo médico reformado Andrew Pearson, que tem levado a cerveja artesanal escocesa a atravessar fronteiras e vice-versa. Pela primeira vez no festival, vai estar também a cerveja produzida na Beavertown, de Londres, Inglaterra, por Logan Plant, filho de Robert Plant, o cantor e músico dos Led Zeppelin. De destacar, ainda, a participação habitual do cervejeiro dinamarquês Mikkeller, considerado por muitos como o dono da melhor stout do mundo.
2. Caminha, a meca da cerveja artesanal
Há sete anos, Caminha via nascer o primeiro dos festivais de cerveja artesanal, numa altura em que o número de produtores portugueses se contavam pelos dedos de uma só mão. Para a edição deste ano, o Artbeerfest recebeu 400 inscrições de todo o mundo, das quais foram selecionados 50, por razões logísticas. O Artbeerfest – Festival Internacional de Cervejeiras Artesanais e Mestres Cervejeiros é considerado um dos cinco mais importantes da Europa, pela Academia Sueca de Cervejeiros, e um dos 20 maiores do mundo. Octávio Costa, responsável pela organização, quer que o festival continue “a ultrapassar fronteiras.”
3. Edições especiais
Entre os 315 estilos de cerveja, o festival é uma oportunidade para provar edições especiais, exclusivamente feitas para esta ocasião. É o caso da Caminha Cherry Bomb, dos espanhóis Santocristo, de Ourense, e da Siliant Cytronia, uma cerveja que é uma espécie de homenagem à obra A Sibila, de Agustina Bessa-Luís, produzida em Chicago pela Marz Brewing, em conjunto com as portuguesas Catraio, Lupum e MØMBrewers.
4. Primeira Rodada – Cerveja Artesanal à Portuguesa, de Catarina Neves
Neste sábado, 13, às 17 e 30, estreia-se Primeira Rodada – Cerveja Artesanal à Portuguesa, primeiro documentário acerca do fenómeno cervejeiro em Portugal, da autoria de Catarina Neves (repete no domingo, 14, às 16h, no Valadares – Teatro Municipal de Caminha). Impulsionada pela dinâmica gerada na zona de Marvila, em Lisboa, onde vive e onde se instalaram três projetos cervejeiros (MUSA, Dois Corvos e Lince), a jornalista e documentarista visitou, ao longo de um ano, 18 cervejeiras de norte a sul do País, tentando perceber melhor este negócio que já soma uma centena de produtores. No cruzamento de diferentes histórias, Catarina Neves constatou, sobretudo, “o entusiasmo e a paixão” comum a todos os cervejeiros.
5. Corrida
O movimento World Beer Run, impulsionado pelo dinamarquês Mikkeller, organiza neste sábado, dia 13, às 18h30, uma corrida de 10 km, desde Caminha até Moledo, atravessando a Mata Nacional do Camarido. Inscrições em https://lap2go.com/pt/home (€10).
6. Arte e música
Este ano, a vila de Caminha verá nascer vários murais de arte urbana alusivos à temática: uns levados pelas próprias marcas, outros que pretendem deixar uma marca do festival. Também a música faz parte da festa: dos portugueses Rosa Mimosa y sua Mariposas ao brasileiro Rodrigo da Matta (12 jul, sex), do italiano Galirò (14 jul, dom) ao músico e DJ cervejeiro norte-americano Brian Stillwater Strumke, que por lá estará com as suas cervejas artesanais.
Mais de 30 mil pessoas passaram pelo festival no ano passado
