O Sr. Lisboa já não passa despercebido aos muitos turistas que passam pela Rua de São José, na direçao do Coliseu dos Recreios, mas também a muitos lisboetas que fazem fila para comer neste restaurante dedicado aos petiscos portugueses. Aberto há um ano, conseguiu seduzir os clientes. Primeiro, com a sua decoração, depois pelos pitéus que saem das mãos do chefe Pedro Sousa.
Os pormenores revelam-se logo à entrada, nos candeeiros feitos com frigideiras e tambores de máquinas de lavar roupa e nas mesas a recuperar velhos bicos do fogão. No meio da sala, destaca-se ainda o frigorífico, dando a sensação que estamos dentro de uma cozinha. “A ideia é essa, no futuro, se tudo correr bem, podemos abrir uma sala ou um quarto Sr. Lisboa”, diz Francisco Breyner, o proprietário. Ao seu lado, tem Pedro de Sousa, 23 anos, que, aos 18, trocou Coimbra por Lisboa para aprender tudo sobre cozinha. Antes de se instalar no restaurante Sr. Lisboa passou pela Casa do Marquês, Champanharia do Largo e pelo restaurante vínico Great Tastings, em Lisboa. “Quando não há dinheiro, há criatividade. Fomos nós que fizemos tudo. Agora quando olho para trás, dá gozo e é mais autêntico”, afirma Francisco, 24 anos.
Já à mesa começamos por espreitar a carta com petiscos para partilhar. Enquanto se escolhem as iguarias, peça-se o tapa bucho (€3,50) composto por pão de Mafra, requeijão de Azeitão e pelas manteigas de aneto e limão e de azeitona Negrinha. E pelo inesquecível molho à Bulhão Pato, no qual “mergulhamos” o pão quentinho. Antes de pedir, fique a saber que para duas pessoas aconselham três ou quatro petiscos e um acompanhamento.
Nos pratos novos, destaca-se o polvo com molho chimichurri e batata (€10) e o camarão sezchuan (€12). Há também o vulcão de bacalhau (€16), cozinhado com migas de chouriço, alho coentros, lombo de bacalhau, ovo, azeite e azeitona Negrinha, e os ovos revoltados (€7), com batatas ao cubo, ovo a baixa temperatura, cogumelos, crocantes de farinheira e azeite de trufa. Nos pratos vencedores – e que, por isso, mantêm-se na nova carta –, salienta-se o atum braseado (€14) com texturas de batata doce e vinagrete de nozes e soja; o pica-pau de touro bravo (€9) com pickles, alho, louro e mostarda antiga, os croquetes de bacalhau à Brás (€8) e o lombo de novilho com queijo da serra da Estrela (€16), que surpreende pela carne tenra.
“Comida bem feita, com sabor, inspirada na cozinha tradicional portuguesa e nos seus clássicos”, resume o chefe Pedro Sousa, para falar do seu trabalho na cozinha. “No fundo, tem pratos que gostamos de comer”, acrescenta o proprietário.
Para terminar o almoço ou o jantar, o chefe recomenda o pudim Abade de Priscos (€6) com crumble de avelã, gelado de limão e redução de manjericão e ananás. “Ainda estamos a trabalhar na carta de vinhos, queremos incluir os vinhos naturais, biológicos e biodinâmicos”, salienta Francisco Breyner.
No Sr. Lisboa também se pode tomar o pequeno-almoço. Entre outras sugestões, há ovos benedict e panquecas. Ao almoço, durante a semana, aproveite-se o menu do dia (€10), que inclui sopa, prato, bebida e café.
Sr. Lisboa > R. de São Jose, 136, Lisboa > T. 21 342 3512 > seg-dom 12h-24h