Do Porto à vila de Moreira, no concelho da Maia, vai um caminho breve que se percorre com alegria quando o destino é O Forno Vila Verde. Num lugar isolado e num prédio antigo, o restaurante não atrai pelas instalações, que são despretensiosas, mas pela cozinha, que tem gosto regional. Os seus fundadores, Francelina e João Gomes Pinheiro, vieram de Vila Verde, no coração do Minho, trazendo na bagagem os sabores da terra onde nasceram. O casal continua lá, acompanhado pelos filhos nos cuidados com a seleção dos produtos, a confeção e o serviço. Tem duas salas amplas com decoração rústica, em que sobressaem os materiais de construção, pedra e madeira, a garrafeira e o forno a lenha. Ambiente tranquilo e familiar.
Os pratos de bacalhau estão entre os favoritos e justificam o seu êxito com a qualidade, quer do produto – o restaurante tem uma reserva de bacalhau de cura amarela – quer da confeção, com aquele saber de experiência feito tão característico da cozinha tradicional portuguesa. Há vários pratos confecionados com este peixe, todos bons, sendo o mais pedido “à lagareiro” e o mais imponente “à mestre João”, este um lombo inteiro assado na brasa ou no forno, até lascar, que dá para quatro ou cinco pessoas. Quem aprecia bacalhau não resiste nem a um nem a outro. A cabidela também é prato diário com sucesso, a tal ponto que se esgota, e, por isso, convém fazer a sua encomenda. A posta da casa – boa vitela nacional, do “vazio alto” – e o costeletão na brasa, ambos com batatas a murro e legumes, tudo regado com azeite a ferver, também saem muito bem, e o mesmo se diga dos pratos com dia fixo: filetes de bacalhau com arroz de legumes e vitelinha assada no forno, à segunda-feira; costela mendinha assada no forno e lombinhos de vitela grelhados, à terça; cozido à portuguesa, à quarta; cabrito assado no forno e tripas à moda do Porto, à quinta; arroz de pato e rojões com arroz de sarrabulho, à sexta; cabrito no forno, chispe à transmontana com feijão vermelho e rojões com arroz de sarrabulho, ao sábado. Não faltam na ementa petiscos para entrada, bons peixes do dia para cozer ou grelhar e doces tradicionais para sobremesa, mas são aqueles pratos que (co)movem. Muito boa garrafeira. Serviço eficiente e simpático