Havia a ligação aos livros de Alberto Bago, o gosto pela restauração do irmão Eduardo, a paixão do amigo Luís Milhazes pelos vinhos e de outro amigo, Jaime Oliveira, pelas artes plásticas. E, sobretudo, existia aquele edifício de 1910, o primeiro “cinematógrafo” da Póvoa de Varzim, com 450 metros quadrados, a pedir uma recuperação exemplar que mantivesse a traça original. “Tudo começou pelo prédio, com características fora do comum”, conta Alberto, que juntamente com os outros três sócios o adquiriu em 2013. “Tivemos tempo para pensar no que gostaríamos de fazer, unindo a vontade de todos de criar algo diferente na cidade onde crescemos.” Inaugurado no final de março, Theatro é um lugar onde se juntam os prazeres da vida, com livraria, restaurante, wine bar e galeria de arte.
No restaurante “não inventamos nada, fazemos comida tradicional portuguesa com um toque diferente, utilizando produtos de grande qualidade”, diz Eduardo Bago. Entre os pratos principais, há bochechas de porco preto com puré de queijo e compota de cebola roxa (€14,90), naco de vazia maturado (€16,90) e polvo à lagareiro com tomate seco e cebola crocante (€14,90). Quem quiser petiscar de tarde ou a horas tardias (depois das 23h), conte com sugestões como trilogia de montaditos (€6,90), hambúrguer de maminha (€8,90) ou prego de lombo (€5,50). “Há oferta a todas as horas do dia”, sublinha Eduardo. A carta de vinhos, com cerca de 100 referências, cobre quase todas as regiões do País. Planeiam ainda fazer jantares ou fins de tarde vínicos, com a presença de produtores e enólogos.
Apesar de ser um espaço aberto, imenso, o facto de cada área ter um nicho específico ajuda a torná-lo mais confortável e acolhedor. “Os livros colam tudo o resto”, acredita Alberto, livreiro de terceira geração. Duas estantes gigantescas cobrem as paredes, exibindo uma grande diversidade de géneros que os clientes podem consultar livremente. “É uma livraria de fundo de catálogo e não de novidades”, adianta. Há livros de pequenas e grandes editoras a preços muito simpáticos. Na Póvoa, a surpresa foi total. E talvez se recupere o burburinho cultural pelo qual a cidade ficou conhecida, em todo o Norte, no início do século XX.
A programação cultural está a ser trabalhada, mas haverá, para além de exposições regulares (está patente a da artista poveira Ana Romero), apresentações de livros e concertos.
Theatro > R. Santos Minho, 10, Póvoa de Varzim > T. 91 880 3798 > ter-qui, dom 10h-24h, sex-sáb 10h-2h > €7,50 menus executivos