Todas as sextas, Zé Varunca viaja até Estremoz, a sua terra natal, para ir comprar os queijos, os enchidos, as azeitonas e o pão. É com estes produtos que serve os clientes nos restaurantes que fundou com o seu nome – um funciona há 12 anos em Oeiras e, agora também, desde o início de maio, no Bairro Alto: “Sempre quisemos estar no Bairro Alto”, diz João Sousa, 32 anos, o filho mais novo do proprietário, que “roubou” a mãe, Maria Teresa, de 58, da cozinha de Oeiras para o ajudar neste novo Zé Varunca (entretanto, fecharam os restaurantes da Parede e da Rua de São José, em Lisboa).
Aqui tudo lembra o Alentejo: as flores pintadas nas cadeiras, o capote pendurado à entrada e a música ambiente. Mas são a açorda alentejana (€8,50), as migas de bacalhau (€11), a sopa de cação (€8,50), os pezinhos de coentrada (€9,50) e o cozido de grão à alentejana com vagens (€9,50) os verdadeiros culpados pelos muitos seguidores do Zé Varunca. Antes de pedir a conta (que vem num cartucho de caça – “um tiro na carteira”, brinca João Sousa), vale a pena deixar um espacinho para as sobremesas: Pudim d’Água de Estremoz, Tecomaleco (com amêndoa, ovos, canela em pó, margarina e açúcar) e o Pão de Rala (com gila e fios de ovos). Remate-se com um café à Zé Varunca – chega num tabuleiro de cerâmica, com pequenos tubos com vários tipos de açúcar e de mel. Um mimo inventado por Zé Varunca, entre tantos outros que se descobrem com os olhos, mas, acima de tudo, com o paladar.
Zé Varunca > Tv. das Mercês, 16, Lisboa > T. 21 015 1279 > seg-qui 12h-15h, 19h-23h, sex-sáb até às 2h