Queremos reavivar as suas memórias, contar as suas histórias e assim ajudar a preservar um património único. Nos próximos meses vamos promover eventos culturais e de lazer em 10 coretos portugueses espalhados pelo país. Vamos arrancar dia 18 em Campo Maior, seguem-se Ponta Delgada (31), Porto (7 de novembro), Braga (21), Coimbra (28), Setúbal (12 de dezembro), Lisboa (19), Faro (9 de janeiro), Funchal (16). O décimo coreto será escolhido pelo público. Junte-se a nós neste movimento em vivemaisportugal.pt, indique um coreto do seu coração, registe-se e ganhe prémios Delta Q e VISÃO.
Há festa em Campo Maior
Campo Maior dará o pontapé de saída para o grande projeto de animação dos tradicionais coretos portugueses. No dia 18 de outubro, o programa “Portugal em Festa” da Sic será transmitido a partir do coreto da vila. Ana Rita Clara e Jorge Corrula, embaixadores deste movimento, estarão presentes. Junte-se à celebração!
A HISTÓRIA DO CORETO
O antigo coreto do Jardim Municipal de Campo Maior foi construído no início da década de 70 por artesãos campomaiorenses, ferreiros, pedreiros e outros cidadãos que espontaneamente se voluntariaram para ajudar na sua edificação. Utilizado exclusivamente pela banda filarmónica, era um local de encontro de fim de semana, escondido entre os arbustos do jardim, e de difícil acesso, uma vez que não possuía escadas. Composto por mosaicos hidráulicos, granito e ferro forjado, o coreto era um marco de tradição daquela região do Alto Alentejo.
A difícil manutenção, degradação e a área pequena (a banda filarmónica não cabia no seu interior), fez com que a Câmara Municipal de Campo Maior tomasse a decisão de complementar a restruturação do jardim com um novo coreto, inaugurado em 2009. José Nunes, arquiteto da Câmara, ficou encarregue do projeto e explica que tentou manter ao máximo o imaginário e a memória da população, usando a mesma linguagem do coreto anterior: “O novo coreto está exatamente no mesmo sítio e mantivemos o tipo de materiais. Acrescentámos instalações sanitárias nas antigas arrecadações do coreto, aumentámos o seu tamanho, introduzimos escadas de acesso e tornámo-lo termicamente mais agradável”.
Conceição Cardoso trabalha há 33 anos no quiosque do Jardim Municipal, mesmo em frente ao coreto, na Avenida da Liberdade. Lembra-se do antigo coreto, do qual recorda a beleza dos traços tradicionais e dos primeiros concertos da banda filarmónica, que foram diminuindo à medida que o número de elementos da banda ia aumentando. Confessa que, ao início, a população estava reticente com a mudança – temiam que desaparecesse a traça antiga que comportava tanta história. Mas, ao que vai ouvindo nos bancos de jardim que rodeiam o seu quiosque, poucos ou nenhuns se manifestam contra as alterações – tanto do jardim como do coreto. Também Anabela Soutinho, membro da banda filarmónica de Campo Maior desde 1989, concorda com a restruturação do coreto: “As obras beneficiaram muito a banda; não cabíamos todos, sem escadas era difícil levar os instrumentos para o interior, a acústica não era a melhor… Agora já temos como ligar os amplificadores dos nossos instrumentos”. B.V.M.
Saiba mais sobre o projeto “Vida nova aos coretos” na VISÃO desta semana, quinta-feira nas bancas
DISPONÍVEL TAMBÉM: