Uma equipa de investigadores da Universidade do Sul da Califórnia, liderada por John Ayers, dedicou-se a recolher perguntas sobre doenças mentais na internet, de forma a poderem encontrar padrões relacionados com estes problemas de saúde.
Ayers começou por verificar se existem ligações entre as épocas do ano e as doenças mentais, recorrendo principalmente às pesquisas efectuadas no Google entre 2006 e 2010, que, afirma, “têm sido uma importante fonte de informação sobre a saúde dos utilizadores”, ao revelar desde os primeiros sinais de uma epidemia, aos efeitos secundários imprevistos de um determinado fármaco.
Procuraram pesquisas com as palavras “esquizofrenia”, “bipolar”, “bulimia”, e “défice de atenção/hiperatividade”, nos Estados Unidos e Austrália. A escolha dos dois países prendeu-se com o facto de que quando é inverno num, é verão no outro, pelo que ajudaria a eliminar ou a comprovar a hipótese de as estações do ano estarem relacionadas com os distúrbios mentais.
Os resultados do estudo foram publicados no American Journal of Preventive Medicine, e mostram que “todas as questões estavam associadas a padrões sazonais, com maior intensidade no inverno”; já que durante o inverno nos EUA registou-se mais 14%, e na Austrália mais 11%, de perguntas relativas a perturbações mentais do que no verão. O número de pesquisas relativas a distúrbios alimentares e à esquizofrenia aumentava exponencialmente nos meses de inverno, em ambos os países.
A investigação revelou ainda que, apesar de na América pesquisas sobre “suicídio” representarem 29% da actividade nos motores de busca nos meses de inverno, e na Austrália 24% na mesma altura do ano, o maior número de suicídios nos dois países ocorre entre a primavera e o verão.
Os autores do estudo concluíram que “os dados sugerem que monitorizar questões através de motores de busca pode ser um bom indicador da saúde mental de um país”.