Falar de Portugal, em Madrid, é falar de Mourinho, Cristiano Ronaldo e… Edgar Fonseca. Quem? Dito assim, o nome poderá não despertar grandes reações, mas, se a ele acrescentarmos Café del mercado, já serão muitos os madrilenos a reconhecê-lo como o homem que colocou a doçaria conventual portuguesa no mapa gastronómico da capital espanhola.
Situado em pleno centro histórico, bem perto da Plaza Mayor, o Mercado de San Miguel é um edifício de ferro, estilo modernista, construído no início do século XX. Recuperado e transformado, em 2009, num mercado gourmet, onde pode ser degustado o melhor da gastronomia espanhola e mundial, depressa se tornou num dos pontos mais visitados de Madrid, tanto por turistas como pelos habitantes locais. Foi aqui que Edgar Fonseca abriu, há quatro anos, o Café del mercado.
“O Mercado de San Miguel recebe mais de 4 milhões de visitantes a cada trimestre, mais do que o Museu do Prado”, contabiliza Edgar Fonseca, aveirense, de 32 anos. “É uma verdadeira feira gastronómica, com o melhor que a Espanha e o mundo têm para oferecer, em termos de comidas e bebidas.
Quando tomei conhecimento deste projeto, achei que Portugal também tinha de estar presente.” E serve, a um casal americano, uma bica à portuguesa, acompanhada do tradicional pastel de nata e de um cálice de vinho do Porto – sem dúvida, a trilogia com mais saída ao balcão.
Desde o início que a aposta principal da casa se centrou em produtos icónicos lusos como os ovos-moles, além dos incontornáveis pastéis de nata. “O objetivo era mostrar que somos dos melhores do mundo em doçaria conventual”, diz. “Há guias turísticos japoneses que nos trazem os seus clientes só por causa do nosso pão de ló.”
Os produtos, “frescos e de altíssima qualidade”, chegam todos de Portugal.Olhando para o lado de dentro do balcão, é fácil, a um português, sentir–se em casa: café Delta, vinho do Porto, licor Beirão, refrigerantes Sumol, sumos Compal ou leite dos Açores são alguns dos produtos expostos. “É uma maneira diferente de promover o País”, explica Edgar Fonseca. “Só trabalhamos, por exemplo, com leite açoriano, para que as pessoas perguntem onde são os Açores. Já houve até um cliente que, passado algum tempo, nos enviou um e-mail, a dizer que tinha ido lá por nossa causa.” E, depois, há o café, que também já se tornou famoso em Madrid, entre uma clientela seleta que inclui individualidades do mundo do espetáculo e do desporto.
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