Com comboios e barcos parados, a ida para o trabalho, esta manhã, foi difícil para milhares de pessoas, que deverão enfrentar novas complicações na hora de ponta desta tarde.
À greve dos maquinistas da CP, que cumprem hoje o segundo de três dias de paralisação, juntaram-se os trabalhadores dos restantes transportes públicos, o que lançou o caos no trânsito, sobretudo nos grandes centros urbanos.
Em Lisboa, o comissário da PSP adiantou à Lusa que, até às 8h00, verificou-se um “aumento do fluxo rodoviário” no IC-19 (entre Rio de Mouro e Pina Manique), Marginal (desde a segunda rotunda de Carcavelos até Algés), IC-22 (desde a Ramada até à Calçada de Carriche), IC-2 (entre o Parque das Nações e a Praça José Queiroz), Eixo Norte-Sul (entre a Ameixoeira e Sete Rios) e Ponte 25 de Abril, mais propriamente a partir do Fogueteiro em direção ao tabuleiro.
O acesso à Ponte 25 de Abril foi “o mais afectado”, de acordo com a PSP, derivado também pela “imobilização de uma viatura” do lado direito, no sentido Almada-Lisboa.
Os barcos que ligam Lisboa e a margem Sul do Tejo estiveram praticamente parados esta manhã com 91% dos trabalhadores da Transtejo e 59% dos da Soflusa a aderirem à greve dos transportes, segundo dados oficiais.
“A travessia do rio foi efetivamente complicada devido à greve convocada pelos sindicatos”, disse a diretora comercial da Transtejo, Teresa Gato.
No período de ponta da manhã, entre as 06:00 e as 09.30, a adesão à greve foi de 91 por cento na Transtejo, com 75 dos 82 trabalhadores escalados a paralisarem e 59 por cento na Soflusa, comparecendo só 25 dos 61 trabalhadores.
Também no Porto, acirculação rodoviária nos principais acessos à cidade do Porto decorreu com “mais intensidade” do que o habitual, devido à greve dos transportes públicos, disseram à Lusa fontes da GNR e PSP.
A greve, contra o congelamento salarial, o bloqueamento da contratação coletiva e a intenção do Governo de privatizar algumas linhas ferroviárias abrange os trabalhadores da CP, CP Carga, Refer, Fertagus, Transtejo, EMEF, Metro de Mirandela e Carris, deixando de fora os funcionários dos metros de Lisboa e do Porto, bem como os STCP. A paralisação abrange ainda os Transportes Sul do Tejo, a Rodoviária da Beira Litoral, e a Rodoviária DEntre o Douro e Minho.
Este é o segundo de três dias de uma greve parcial dos maquinistas da CP que, na segunda feira, teve como consequência a realização de 20 por cento dos comboios previstos.
A paralisação, que decorrerá até às 10h00, voltará a repetir-se no mesmo horário na quarta feira e tem como objetivo contestar o fecho “unilateral” de negociações salariais que estavam a decorrer com a CP, segundo António Medeiros à Lusa.
O sindicato exige a “reabertura do processo negocial, com as atualizações salariais e a negociação dos ganhos de produtividade que estava em curso”.