A Organização Mundial de Saúde recomenda um consumo máximo de 50 gramas de açúcar por dia, o equivalente a 12 colheres de chá do produto.
Mas o projeto de orientações que acaba de publicar diz que reduzir a quantidade pela metade (25 gramas, menos do que o presente na grande maioria dos refrigirantes), pode trazer benefícios adicionais à saúde.
O que pode acontecer se comermos demasiado açúcar?
- Cáries – as bactérias presentes nos dentes alimentam-se de açúcares simples e criam ácidos que destroem o esmalte.
- Fome insaciável – estudos indicam que o consumo de frutose pode levar a um aumento dos níveis normais de Leptina, uma hormona responsável pela sensação de saciedade. Com o consumo excessivo de açúcar, o corpo pode desenvolver uma resistência à Leptina e deixar de receber o sinal “estou cheio”.
- Aumento de peso – além de levar um estilo de vida sedentário, consumir alimentos com elevados níveis de açúcar adicionado é meio caminho andado para o excesso de peso. As comidas com muito açúcar estão recheadas de calorias e não são eficazes em saciar a fome.
- Resistência à insulina – consumir refeições com muito açúcar aumenta a produção de insulina, uma hormona responsável por converter alimentos em energia. Quando os níveis de insulina estão muito elevados, a sensibilidade do corpo à hormona é menor. Apesar dos primeiros sintomas – fadiga, fome, perca de consciência e hipertensão – muitas pessoas só se apercebem que se tornaram resistentes à insulina depois de desenvolverem Diabetes tipo 2, um diagnóstico muito mais grave.
- Diabetes: segundo a Direção Geral de Saúde, a Diabetes atinge 12,9% da população portuguesa e mais de 382 milhões de pessoas em todo o mundo.
- Falência hepática – a metabolização da frutose cria uma resposta de stress no fígado que pode desencadear infeções ou acumulação de gordura no órgão e falência progressiva.
- Cancro do Pâncreas – vários estudos ligam a ingestão de açúcar em doses excessivas, a obesidade e a diabetes ao cancro do pâncreas, um dos mais letais.
- Doenças renais – a relação direta entre uma dieta rica em açúcar e os rins ainda não foi comprovada, mas representa uma preocupação para os cientistas. Ratos alimentados com uma percentagem de açúcar 12 vezes superior à recomendada desenvolveram rins aumentados e com problemas de funcionamento.
- Hipertensão – geralmente associada à ingestão de alimentos com muito sal, o consumo excessivo de açúcar pode também levar a tensão arterial elevada.
- Doenças cardiovasculares – condições associadas ao consumo excessivo de açúcar, tais como a diabetes e a obesidade, aumentam o risco de mal funcionamento cardíaco.
- Vício – Em alguns casos, o acesso intermitente ao açúcar pode levar a alterações neuroquímicas e no comportamento semelhantes os efeitos de uma substância aditiva.
- Declínio cognitivo – tanto a obesidade como a diabetes são fatores de risco para a demência e alzheimer, ainda que a relação entre o consumo de açúcar e a perca de faculdades cognitivas não seja, ainda, absolutamente clara.
- Deficiências nutricionais – muitas vezes os alimentos com muito açúcar estão a substituir aqueles de que necessitamos para um dieta rica em vitaminas e nutrientes. Os refrigerantes estão a substituir o leite e o sumo natural na alimentação infantil, por exemplo.
- Gota – habitualmente considerada uma “doença dos ricos”, as mudanças na dieta tornaram esta forma de artrite comum a todas as classes sociais.