O pesadelo da norte-americana Sherrie Walter começou em 2008, quando recebeu o diagnóstico de um carcinoma basocelular agressivo, uma das formas de cancro de pele. Em 2010, reapareceu, mas desta vez espalhou-se por várias áreas da cabeça, obrigando os médicos a remover a sua orelha esquerda e parte do tecido craniano, segundo a CBS.
O mais comum entre pacientes submetidos a cirurgias semelhantes é o uso de próteses, mas Sherrie Walter não se conformou.
“O conceito de ter de colar todos os dias uma coisa à minha pele não me parecia ‘eu'”, recorda a paciente, que já imaginava os dois filhos a correr pela casa com a prótese da orelha a gritar ‘eu tenho a orelha da mãe!’
Mas a decisão dos médicos de avançar para a criação de uma nova orelha não teve por base apenas o desejo de Walter. O facto de terem sido removidas algumas partes do seu crânico tornava mais complicado o processo de usar uma prótese. Então, o cirurgião Patrick Byrne, com uma equipa de outros especialistas, colheu cartilagem das costelas da doente, deu-lhe a forma de uma orelha e implantou-a debaixo da pele do antebraço. Alimentada pelos vasos sanguíneos circundantes, a nova orelha desenvolveu a sua própria pele e, quatro meses depois, os cirurgiões puderam passar à complicada fase de a ligar aos vasos sanguíneos da cabeça da doente.
A fase final do processo teve lugar em março deste ano, desde quando os médicos têm estado, sobretudo, a tratar da parte estética da nova orelha, tentando torná-la o mais semelhante possível à original.
Quanto à audição, foi restaurada graças a um aparelho especial.