Trinta dias úteis. Foi o prazo dado pela ministra Anabela Rodrigues à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) para avaliar qual o argumento que melhor encaixa no filme de Guimarães, provavelmente aquele que bateu recordes de audiência na última semana. A película da CMTV foi filmada no domingo, à saída do jogo entre o Vitória e o Benfica. As imagens mostram um agente da PSP a agredir à bastonada José Magalhães, 42 anos, um empresário imobiliário de Matosinhos e adepto do Benfica, à frente dos dois filhos menores e do sogro que também levou dois socos. A versão do subcomissário Luís Filipe Macedo Silva não parece ser sustentada por mais ninguém. No relatório policial, o comandante da esquadra de investigação criminal de Guimarães alega que “o sujeito o injuriou e lhe cuspiu na cara, adotando um comportamento hostil”. As imagens da televisão e diversas testemunhas oculares desmentem a versão e mostram um comportamento, no mínimo, desadequado, por parte do agente de autoridade. “Como polícia não gostei nada daquilo que vi. Não é normal que haja uma atuação daquela forma por uma coisa de nada. O que se terá passado que desconhecemos? Porque se não está nada por detrás desta situação, efetivamente o ato é reprovável”, referiu Manuel Gouveia, presidente do Sindicato Nacional da Carreira de Chefes da PSP (SNCC-PSP), em declarações à TSF, um dos poucos agentes da autoridade que quis falar sobre o assunto.
Para já, e enquanto aguarda pelo desfecho do inquérito interno, o subcomissário sabe que vai ter de responder a duas queixas-crime apresentadas pela advogada de José Magalhães e do pai deste. O resto logo se verá. MÁRIO DAVID CAMPOS