Recuemos até ao dia 10 de agosto, data em que a notícia da morte de Jeffrey Epstein na prisão de alta segurança de Nova Iorque veio a público, com a certeza de que se tratara de um suicídio. Ninguém estranhou muito que não quisesse continuar a viver: o milionário americano, de 66 anos, encararia uma pena de 45 anos, caso as acusações de abuso e tráfico de menores (meninas com menos de 14 anos, mais precisamente) fossem provadas. À exceção do seu irmão Mark, que contratou o patologista Michael Baden para investigar esta morte, em busca de evidências que afastem a tese de suicídio.
É provável que Mark tenha ficado desconfiado com a história de, umas semanas antes, o irmão ter aparecido com marcas suspeitas no pescoço e ter passado a estar sob vigilância mais apertada na prisão, para que não consumasse suicídio. Coisa que, aparentemente, os guardas não conseguiram evitar; e, por isso, dois oficiais foram suspensos.
De acordo com este patologista forense, a soldo da família milionária, Jeffrey terá sido estrangulado na prisão por outros. “A evidência aponta mais para homicídio do que para suicídio. As múltiplas fraturas encontradas no pescoço de Epstein são muitas estranhas para um suicídio”, conclui o especialista, que se espalda numa experiência de mais de 50 anos a investigar mortes suspeitas. “Quando uma pessoa se enforca, não parte estes ossos, mas no de homicídio sim. Neste caso, foi exercida demasiada pressão.” Cabe agora à Justiça americana decidir qual a tese mais credível.