Fatos feitos em modelos 3D, à medida de cada astronauta, capacetes que se podem arranjar na hora e, acima de tudo, melhor mobilidade e flexibilidade para andar na superfície lunar. O objetivo da NASA é proporcionar aos seus astronautas o traje mais sofisticado que se conseguiu imaginar. Ou seja, vai permitir-lhes que levantem não só os braços como outros objetos sobre a cabeça – e assim deixar de fazer a “figura” que Eugene Cernan, o último astronauta a pisar a Lua em 1972, popularizou, ao mover-se aos saltos como um coelho.
Além disso, os novos fatos que a NASA apresentou esta terça-feira,15, na sua sede, em Washington, nos EUA, têm uma série de novas particularidades. A saber: uma funcionalidade de suporte à vida em atmosferas ricas em dióxido de carbono e também um sistema de aquecimento para temperaturas baixas.
Haverá ainda uma escotilha de entrada traseira nos trajes, para permitir que o astronauta consiga enfiar o fato à primeira. O visor de proteção do capacete protege-lo-á de qualquer desgaste que possa ocorrer. As botas serão do estilo trekking com solas flexíveis. Isto tudo para concluir que, à vista, até pode parecer que estão a usar fatos iguais aos de hoje. Até a questão dos microfones atuais, que às vezes provocam suor e acabam por se tornar desconfortáveis, também está resolvida, já que a NASA está a pensar substituí-los por um novo sistema incorporado, ativado por voz e colocado na parte superior do corpo.
A data prevista para dar uso a todo este material será 2024, provavelmente na segunda metade do ano, e o destino é o polo sul da Lua – ou por perto.
Em nome de Artemis
Artémis era a irmã gémea de Apolo e significava a deusa da Lua em grego – e a NASA escolheu este nome para lembrar que, neste caminho de regresso à Lua, haverá um homem e uma mulher entre os eleitos. Para já, está tudo de olho na Artemis 1, até agora conhecida como missão de exploração 1, que será a primeira de uma série de missões empenhadas em permitir a exploração humana na Lua e também, espera-se, em Marte.
Essa primeira missão vai permitir testar o sistema de voo integrado da agência e, numa primeira fase, já se sabe, será não tripulada. Antes de mais, pretende-se avaliar aquele que se espera ser o foguetão mais poderoso do mundo, que promete voar até ainda mais longe do que até agora. Qualquer coisa como 450 mil quilómetros da terra, milhares de quilómetros para lá da Lua, durante três semanas.
O objetivo final? Embora não (muito) assumido, a verdade é que a NASA estuda agora de que forma poderá estabelecer uma presença humana sustentável no satélite da terra.