Em 2050, eventos extremos relacionados com o nível do mar que costumavam acontecer uma vez por século irão passar a ocorrer uma vez por ano. A avaliação da crise climática nos oceanos e calotes polares conclui que irão decorrer eventos desastrosos com um forte impacto nas vidas das pessoas e prevê-se que, sem ação urgente, situações muito piores irão atingir o planeta, incluindo um eventual aumento do nível do mar que poderá ultrapassar os 4 metros no pior dos casos.
O alerta encontra-se no relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, o maior organismo dedicado ao estudo das mudanças no clima) tornado público hoje, quarta-feira.
O estudo sublinha ainda que o aumento do nível do mar está a acontecer a um ritmo acelerado, devido às perdas de gelo na Gronelândia e na Antártida. Além disso, o o oceano está cada vez mais quente, ácido e com menos oxigénio.
Metade das megacidades do mundo e um total de quase dois mil milhões de pessoas vivem no litoral. Mesmo que o aquecimento seja restrito, os cientistas esperam que o impacto do aumento do nível do mar cause danos de custos extremos.
Os glaciares das montanhas mais altas do mundo, dos quais cerca de outros dois mill milhões de pessoas dependem para obter água, estão também a derreter rapidamente segundo o IPCC.
Uma das maiores preocupaçõs que o estudo revelou foi sobre o derretimento do permafrost (solos permanentemente congelados, com grandes quantidades de CO2 e metano acumulados) e o aumento de incêndios nas latitudes do norte.
De acordo com o estudo, pelo menos 70% do gelo desaparecerá se as emissões de gases com efeito de estufa não forem reduzidas.