A conclusão foi parte do resultado do estudo “Prospective Urban and Rural Epidemiologic” (PURE) publicado na revista científica The Lancet. Os cientistas falam numa “transição epidemiológica” a nível global.
Citado pela Reuters, Gilles Dagenais, professor da Universidade Laval em Quebec, Canadá, que fez parte da investigação, explica que o “relatório conclui que o cancro é a segunda causa de morte mais comum em todo o mundo em 2017, representando 26% de todas as mortes”.
“Mas, à medida que as taxas (de mortalidade por doenças cardíacas) continuam a cair, o cancro pode tornar-se a principal causa de morte, dentro de apenas algumas décadas”, acresenta Gilles Dagenais.
Quando falamos de doenças cardiovasculares, estamos a considerar um conjunto de condições que inclui insuficiência cardíaca, ataque cardíaco e AVC, entre outras. Em 2017, morreram em todo o mundo cerca de 17,7 milhões de pessoas devido a este tipo de doenças. Cerca de 70% de todos os casos e mortes cardiovasculares têm origem em riscos controláveis, como hipertensão, colesterol alto, má alimentação, consumo de tabaco e outros fatores relacionados com o estilo de vida.
Mas, nos países mais abastados, o investimento nos cuidados de saúde e na informação sobre o tema conduziu a uma redução drástica nas taxas de doenças cardíacas nas últimas décadas. As percentagens de tratamentos e medicação para problemas cardíacos, disponíveis nos paíxes mais pobres, são substancialmente mais baixas do que nos restantes países.
Os países analisados incluíram Argentina, Bangladesh, Brasil, Canadá, Chile, China, Colômbia, Índia, Irão, Malásia, Paquistão, Palestina, Filipinas, Polónia, Arábia Saudita, África do Sul, Suécia, Tanzânia, Turquia, Emirados Árabes Unidos e Zimbabué.