Os dados constam do mais recente relatório sobre o mercado a retalho, com base num estudo feito em 11 países europeus – Alemanha, Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Itália, Países Baixos, Polónia, Suécia, Reino Unido e Rússia.
Ao todo, as perdas representam uma média de 1,4% das vendas entre 2015 e 2017, ascendendo aos 2,1 % se juntarmos o custo em medidas de segurança e prevenção contra o furto. Dividindo por setores, representam 2,6% do valor da alimentação, e 2,1 % nos têxteis e estações de serviço.
Ao que conta ainda o ‘Retail Security in Europe. Going beyond Shrinkage’, da responsabilidade da Crime&Tech, que avaliou os resultados de 23 mil lojas, de acordo com a maioria dos inquiridos, o inverno é a época do ano em que há maior probabilidade de perda, seguido da primavera e do verão.
Já entre os mais roubados, no setor da alimentação, e depois do álcool, encontramos queijo, carnes, doces e enlatados. Nos têxteis, a lista é encabeçada pelos acessórios (brincos, colares, anéis…), seguidos das malhas, calças e camisas. Na eletrónica, os telemóveis – e as suas capas, protetores de ecrã e afins – estão no topo dos mais procurados pelos larápios.
Segundo os retalhistas europeus, a maior parte dos casos ocorre em áreas urbanas com alta densidade populacional e rendimentos mais baixos. As perdas são maiores em lojas grandes, em estabelecimentos próximos de estações de metro ou comboio e nos que têm caixas de pagamento self-service.
A maioria dos roubos são perpetrados por grupos de 2 ou 3 pessoas (71,8%) – e apenas 28,2 % por indivíduos sozinhos – sabendo-se ainda que o uso da força continua a ser marginal, seja mediante armas de fogo (16,7%) ou violência física (8,3%), sendo a ameaça sem recurso a qualquer arma a mais usada. As respostas apontam ainda que os furtos internos, e dentro da cadeia de distribuição, não são de desprezar.
Tudo somado, o impacto das perdas por roubos atinge os 49 mil milhões de euros.
Segundo frisou David Pérez del Pino, Diretor Geral da Checkpoint Systems para Espanha e Portugal, a luta contra a fraude é mais importante que nunca. “Basta pensar que se trata de um valor equivalente ao volume de negócio do quarto maior retalhista europeu.”