Um relatório da organização Royal Society for Public Health (RSPH) sublinha a necessidade de melhorar o controlo das lojas de tatuagens para diminuir o número de casos de infeções. No relatório divulgado, a RSPH afirma que uma em cada cinco pessoas sofre efeitos secundários ou infeções, depois de fazer uma tatuagem, piercing, acupuntura ou depilação elétrica. Os resultados mostram ainda que um décimo desses casos chega mesmo a precisar de tratamento médico.
Neste momento, no Reino Unido, qualquer pessoa pode comprar o equipamento necessário online para fazer tatuagens ou piercings, sem que sejam necessárias qualificações ou formação especializada.
Em Portugal, segundo uma investigação da DECO, não existem regras de fiscalização relativas às condições de higiene, procedimento ou esterilização do material, deixando tudo isso à consideração do profissional. A Comissão Europeia também já alertou para a necessidade de criar legislação em todos os Estados-membros, de modo a combater o vazio legal que muitas vezes põe em causa a segurança dos consumidores.
As tatuagens são cada vez mais populares – cerca de 12% da população europeia tem pelo menos uma. No Reino Unido, por exemplo, houve um aumento de 173% no número de lojas de tatuagens entre 2004 e 2014. Contudo, segundo a RSPH, apenas dois quintos das pessoas vão verificar se o tatuador tem formação ou licenças, antes de tatuarem.
Shirley Cramer, diretora-executiva da RSPH pediu um “esquema de licenciamento obrigatório que exigirá a existência de profissionais capazes de assegurar que o risco de complicações seja reduzido”.
Nicole Holmes, presidente da Associação de Piercers Profissionais do Reino Unido (UKAPP), afirmou que “as pessoas devem ter a liberdade de se expressarem através de piercings, mas também devem ter o direito de o fazer com segurança e sem prejudicar a sua saúde”, por isso, é preciso que os “piercers” adiram ao “regime de licenciamento obrigatório exigido neste novo relatório” que, acredita, “irá minimizar os riscos e, no final, conduzirá a taxas mais elevadas de satisfação dos clientes”.