Ao analisar dados recolhidos por várias missões da NASA, investigadores da Universidade de Baylor, no Texas, descobriram alterações subtis na gravidade em torno da Lua.
Os cientistas suspeitam que a “anomalia gravitacional” possa ter origem numa massa de metal sob a superfície do satélite da Terra.
“Imaginem pegar num pilha de metal cinco vezes maior que a Big Island do Havai e enterrá-la”, sugere Peter James, que liderou o estudo, publicado no Geophysical Research Letters, para se ter uma ideia da quantidade de metal detado.
“Quando combinámos [os dados gravitacionais] com os da topografia lunar da Lunar Reconnaissance Orbiter, descobrimos a quantidade inesperadamente grande de massa a centenas de quilómetros sob a bacia Aitken”, explica James.
Essa massa extra está localizada na bacia Aitken do Polo Sul, uma enorme cratera de impacto localizada no chamado lado oculto da Lua. A suspeita é de que o metal do asteroide, possivelmente com núcleo de ferro e níquel, que formou a cratera tenha ficado sob a superfície. A equipa põe também a hipótese de se tratar de uma concentração de metais densos que se podem ter-se acumulado no local quando a lua começou a solidificar, há milhares de milhões de anos.
A cratera, onde chegou a sonda chinesa Chang’e 4 no passado mês de haneiro, tem dois quilómetros de largura e 13 quilómetros de profundidade, o que faz dela a maior cratera conhecida do nosso sistema solar. Estima-se que tenha sido criada há 4 mil milhões de anos.