Huahuangma é a mãe, mas não é a mãe – é a cadela-polícia que involuntariamente cedeu o seu ADN para que nascesse Kunxun.
O processo de clonagem de Kunxun, de raça Kunming (parecido com o Pastor Alemão), começou em setembro, com a recolha de uma amostra de ADN da pele de Huahuangma, que tem sete anos e “trabalhava” na esquadra da cidade de Pu’er, na provincia de Yunnan, sul da China, onde era conhecida pela sua alta taxa de sucesso na resolução de crimes.
A amostra foi levada para os laboratórios da Sinogene Biotechnology Company, em Pequim. Aí, a equipa de cientistas conseguiu criar um embrião clonado e implantá-no numa Beagle. Kunxun nasceu de cesariana, com 540 gramas e 23 centímetros, e os testes de ADN já revelaram que Kunxun é 99,9% idêntico a Huahuangma.
A cadela, hoje com três meses, adaptou-se bem ao clima de Yunnan e mostra sinais de ser muito sociável com pessoas. “A Kunxun tem grande habilidade a farejar, a detetar e a adaptar-se a ambientes não familiares nos nossos testes”, disse Wan Jiusheng, um polícia sénior na base de cães-polícias da cidade. “Parece que o seu potencial genético é superior a todos os outros cães de Kunming.”
Os cães-polícia começam o seu treino 75 dias depois de terem nascido. “Se tudo correr bem, a Kunxun vai poder começar a trabalhar após 10 meses de treino”, prevê Jiusheng. “Estamos a planear enviar a cadela de volta para a treinadora da Huahuangma, Li Hua, que tem 33 anos de experiência com cães-polícia. Gostávamos que ela registasse os dados da performance para depois compararmos as duas cadelas.”
Esta não é a primeira vez que se realizam experiências de clonagem em cães com fins policiais. O primeiro é de 2005: um Labrador Retriever, criado por cientistas sul-coreanos para farejar drogas ilegais nos serviços aduaneiros.