De acordo com os documentos que deram recentemente entrada em tribunal, a adolescente saiu da Polónia em 2002, rumo aos Estados Unidos, para seguir uma carreira de modelo, ao mesmo tempo que acalentava a esperança de poder vir a ser atriz.
Os advogados que a representam adiantam que o primeiro encontro entre a jovem e o agora caído em desgraça produtor de Hollywwod se deu num evento organizado pela agência de modelos para a qual a rapariga trabalhava, então com 16 anos. Dias depois, Weinstein terá levado a adolescente até ao seu apartamento no Soho, onde “agressiva e ameaçadoramente” exigiu ter relações sexuais.
“Weinstein ameaçou e pressionou ‘fulana’, dizendo que tinha feito as carreiras de Penelope Cruz e de Gwyneth Paltrow, e que nenhuma delas estaria a trabalhar se não fosse ele”, lê-se ainda no documento que deu entrada no tribunal. A jovem terá acabado por conseguir sair do apartemento, depois de ter sido “forçada a tocar-lhe”, mas “aguentou quase uma década de assédio sexual e abuso emocional às suas mãos”.
Em comunicado, o advogado de Weinstein, Bejamin Brafman, classifica a acusação como “absurda” e garante que vai provar-se a sua falsidade.
O produtor norte-americano, 66 anos que se declara inocente, entregou-se no passado dia 25 de maio às autoridades em Nova Iorque, no âmbito de uma investigação judicial sobre agressões e abuso sexual, tendo saído em liberdade com pulseira eletrónica, depois de pagar uma caução de um milhão de dólares (864 mil euros).
No total, mais de uma centena de mulheres testemunhou que o produtor de Hollywood tinha abusado sexualmente delas, um escândalo que desencadeou as campanhas #Time’sUp e #MeToo, que levaram à queda de centenas de homens em lugares de poder de numerosos setores.
Depois das primeiras denúncias, em outubro passado, Harvey Weinstein foi afastado da empresa norte-americana Weinstein Company, que cofundou, e banido de várias associações, nomeadamente da Academia de Cinema dos Estados Unidos, que atribui os Oscars.