O lorde Peter Hain, com assento na Câmara dos Lordes (a câmara alta do parlamento britânico) usou da palavra em pleno hemiciclo para denunciar o magnata da indústria do retalho Sir Philip Green como o homem no centro do caso que envolve acusações de assédio sexual, racismo e bullying para com funcionários – o #Me Too britânico – e que terá pago às alegadas vítimas para não revelarem nada.
Hain disse que “usou do privilégio parlamentar em nome do interesse público” para dizer o nome da pessoa que conseguiu que o tribunal (Court of Appeal) proibisse a revelação pública da investigação jornalística que o jornal The Telegraph fez durante oito meses.
Peter Hain, do Partido Trabalhista, dirigiu-se desta forma aos seus colegas:
“Meus senhores, tendo sido contactado por alguém intimamente envolvido no caso de um poderoso homem de negócios que usou de acordos de confidencialidade e fez pagamentos substanciais para esconder a verdade sobre assédio sexual grave e repetido, racismo e bullying, e que continua de forma compulsiva, sinto que é meu dever, sob o privilégio parlamentar, de nomear Philip Green como o indivíduo em questão, dado que os meios de comunicação foram sujeitos a uma providência cautelar que impediu a publicação dos detalhes desta história que é claramente de interesse público”.
Philip Green, 62 anos, é o presidente do Grupo Arcadia, do qual fazem parte as lojas
Topshop, Wallman, Evans, Burton, Miss Selfridge, Dorothy Perkins e Outfit. Tem residência no Mónaco, apesar de passar a maior parte dos dias em Londres.