Se ainda não começou, não há problema: tem mais de 20 dias para fazer parte da campanha Scroll Free September, promovida pela Royal Society for Public Health, no Reino Unido, que o desafia a desligar-se das redes sociais durante o mês de setembro.
O objetivo é perceber o impacto que a sua utilização está a provocar na vida de cada pessoa, principalmente no que diz respeito à saúde mental e ao bem-estar, e fazer com que as pessoas se sintam bem com elas próprias, mesmo desligadas do mundo online.
E há varios motivos para participar neste desafio. Segundo vários especialistas, viver sem redes sociais pode ser muito benéfico para a saúde. Um estudo dinamarquês de 2015, por exemplo, analisou utilizadores do facebook e descobriu que, em apenas uma semana, as pessoas que tinham deixado de o utilizar apresentaram níveis mais elevados de felicidade e sentiram-se menos stressados.
Embora esta mudança possa, inicialmente, provocar alguma ansiedade e sintomas depressivos, a longo prazo pode ser uma solução para reduzir o stress e ansiedade constantes.
“Desistir” das redes sociais também pode ajudar a melhorar a forma física já que, ao passar menos tempo online, tem mais disponibilidade para fazer exercício físico e realizar várias atividades na rua. E, tal como vários estudos anteriores afirmam, exercitar o corpo ajuda a promover a saúde mental.
A confiança na imagem e no corpo também tendem a melhorar, à medida que se for afastando das redes sociais. Um estudo de 2017 apontou o Instagram como a rede social com mais efeitos negativos na saúde mental dos jovens utilizadores.
O relatório do inquérito, realizado pela Royal Society for Public Health e pela organização Young Health Movement, deu conta de que esta rede social era a mais prejudicial em relação à imagem corporal que as pessoas tinham delas próprias.
“Imagens de outras pessoas com uma vida aparentemente melhor que a nossa podem deixar-nos em baixo”, diz a psicóloga Sally Austen ao The Independent. Fazer scroll no instagram e ver as imagens supostamente “perfeitas” pode, por isso, levar as pessoas a fazer comparações e julgamentos sobre elas próprias. Fazer uma pausa do Instagram pode ser uma boa forma de começar a sentir-se melhor com o seu corpo.
Mas também o sono pode melhorar, se decidir desligar-se das redes que utiliza. Muitas pessoas aproveitam para levar o smartphone para a cama e fazer scroll nas redes sociais antes de dormirem.
Além das radiações prejudiciais à saúde serem anteriormente ligadas ao aparecimento de doenças mentais, cancro e infertilidade, a Fundação Nacional do Sono americana alerta para o facto de que a luz emitida pelo ecrã do telemóvel pode interromper a produção de melatonina, a hormona do sono. Assim, caso decida fazer uma pausa na utilização das redes sociais, vai ter menos motivos para levar o smartphone para a cama e o sono vai melhorar.
A relação com as outras pessoas, ao contrário do que se possa pensar, tende a melhorar à medida que se afasta das redes sociais. Isto porque existem cada vez mais relações baseadas no online. Desistir das redes sociais vai obrigá-lo a estar, realmente, com quem quer estar e não apenas virtualmente.
Um estudo americano realizado já este ano deu conta de que uma em cada três pessoas (foram entrevistadas 2 mil) come com os smartphones por perto, a fazer scroll nas redes sociais. Isso faz com que as pessoas se distraiam a comer, façam as refeições fora dos horários habituais e, consequentemente, consumam mais calorias do que é suposto. Assim, decidir afastar-se das redes sociais pode ajudá-lo a alimentar-se de forma mais equilibrada e consciente.
O desafio é apenas um mês, mas quem sabe se não se habitua a esta mudança e pretende estendê-lo mais tempo? É só fazer a experiência.