Uma estrela aproximou-se demais de um buraco negro e acabou desfeita. Pela primeira vez, foi possível aos astrónomos captar este fenómeno e da corrente de material ejetado para o espaço quando isto acontece graças à captação de radiação eletromagnética com recurso a telescópios.
A equipa envolvida na descoberta estudava uma colisão de galáxias a cerca de 150 milhões de anos luz da Terra quando se deparou com o espetáculo: Um buraco negro supermassivo – 20 milhões de vezes maior do que o Sol, no centro de uma das galáxias a engolir uma estrela com o dobro do tamanho da nossa.
Os teóricos acreditam que quando isto acontece, forma-se uma espécie de disco rotativo em torno do buraco negro, emitindo uma radiação intensa e expelindo jatos de material a uma velocidade próxima à da luz, como a NASA recriou em 2015:
“Nunca antes tinhamos podido observar diretamente a formação e evolução de um jato de um destes eventos”, congratula-se Miguel Perez-Torres, do Instituto Astrofísico da Andaluzia, em Granada, Espanha.
Esta observação resulta de um trabalho que se prolongou ao longo de uma década – os primeiros sinais foram detetados em 2005 – com uma paciente recolha de dados colhidos por vários telescópios.
Um total de 36 cientistas de 26 instituições de todo o mundo estiveram envolvidos nas observações, com o resultado a ser publicado esta semana na Science.