A informação foi avançada pelo próprio Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), que deduziu acusação contra um homem marroquino pela prática de oito crimes, entre os quais o de adesão a organização terrorista internacional, o de recrutamento para terrorismo e o de financiamento do terrorismo.
Segundo o comunicado enviado pelo DCIAP às redações, o suspeito terá aderido ao Daesh – o auto-proclamado Estado Islâmico – e depois, em Portugal, procurado recrutar jovens recorrendo sobretudo ao Centro Português de Refugiados. A acusação afirma ainda que o suspeito terá tentado recrutar também jovens marroquinos para integrarem a organização terrorista. No mesmo comunicado, dá-se ainda conta de que o mesmo homem terá falsificado cartões de crédito com os quais conseguiu obter fundos para financiar atividades terroristas.
A detenção surgiu após a emissão, por parte das autoridades francesas, de um mandado de detenção europeu (MDE). O homem, detido preventivamente no estabelecimento prisional de Monsanto, é suspeito de ter também agido da mesma forma em França e na Alemanha, onde decorrem investigações paralelas.
A comunicação do DCIAP surge no mesmo dia em que um novo atentado terrorista aconteceu em França, tendo provocado a morte de três pessoas em Trèbes, no sul do país. As autoridades francesas deram conta de que o autor do ataque – também ele de ascendência marroquina – se terá identificado como pertencente ao Daesh e que a sua atuação serviria para vingar a Síria.