O Carnaval chegou a Salvador da Bahia uma semana mais cedo. Não apenas pelo desejo de folia dos brasileiros e milhares de turistas que chegam à cidade. Antes sim por decisão da Prefeitura da cidade, que de há três anos a esta parte, institui e organiza o Fuzué e o Furdunço, os dois pontos altos daquilo a que chamaram o Pré-Carnaval.
Durante dois dias, sábado, 3, e domingo, 4, as ruas da cidade foram tomadas por centenas de milhares e pessoas para participar nos cortejos de grupos e trios elétricos mais ou menos organizados. O circuito Barra-Ondina, na marginal da cidade, foi, durante estes dois dias, aquele que mais gente atraiu, com a Prefeitura a calcular que tenham estado cerca de um milhão de baianos e turistas nas ruas.
Nas palavras do prefeito António Carlos Magalhães Neto, de apenas 38 anos, este pré-carnaval foi a forma encontrada para “trazer mais gente, mais cedo e durante mais tempo para a cidade”. E percebe-se. O negócio do Carnaval é uma das principais fontes de receita da economia da cidade. De acordo com as autoridades locais, o Carnaval de Salvador atrai cerca de 770 mil turistas e proporciona uma atividade económica na ordem dos 1,7 mil milhões de reais (qualquer coisa como 422 milhões de euros) apenas nos sete dias da festa oficial, que termina na quarta-feira de cinzas. Mais além destes números, António Carlos Magalhães Neto diz mesmo que “desde dezembro e até o final do Carnaval, a riqueza criada em Salvador deve atingir os 4 mil milhões de reais”, um valor muito próximo dos mil milhões de euros.
Desta forma, não admira que Salvador, tal como outras cidades do Brasil, tudo façam para antecipar e esticar a oferta de folia.