As estrias escuras descobertas em Marte e tidas como prova da existência de água corrente no planeta são interpretadas, à luz de uma nova investigação da agência espacial norte-americana, como fruto de correntes mas de areia e poeira.
Os sulcos, que intrigam os investigadores desde que foram detetados, em 2011, são cíclicos (aparecem no verão e desaparecem no inverno) e, descobriu agora a potente câmara do Mars Reconnaissance Orbiter, só existem nas encostas com pelo menos 27 graus de inclinação, o que as torna íngremes o suficiente para permitir que grãos secos rolem por elas abaixo.
A descoberta, anunciada esta semana, não esclarece, no entanto a formação (nem o crescimento) destes numerosos sulcos – na Terra, só formações provocadas por correntes de água têm este comportamento sazonal – mas os responsáveis avançam a hipótese de o fenómeno contar com o envolvimento de pequenas quantidades de água, uma vez que foram detetados sais hidratados nalguns pontos.
Para já, os cientistas detetaram vários milhares destes sulcos em mais de 50 zonas em pontos distintos de Marte, do equador até meio caminho dos polos.