É uma casa de sonho com um preço de pesadelo: 15 milhões de euros, fora comissões. Chama-se Quinta do Relógio, foi construída em 1860 e serviu de residência ao rei D. Fernando II. Fica em Paço de Arcos, Oeiras, encostado à marginal, em cima do mar. Tem sete quartos, três casas de banho, garagem para quatro carros, uma área bruta de 1600 metros quadrados e um terreno com mais de cinco mil. O enorme tamanho e o facto de estar tão perto do oceano faz disparar as despesas de manutenção. É por isso que António de Lacerda, o proprietário, decidiu vendê-la.
E, no dia 26 de setembro, pensou que tinha finalmente feito negócio. “Veio cá o secretário da Madonna, no Tesla dela – um carro enorme, elétrico, que não se veem muitos – visitar o palacete. Disse que ela gostava, que já tinha visto as fotos e por fora e que queria ficar com ela.” Mas havia um senão: o representante da artista, Rodrigo dos Santos, comunicou-lhe que Madonna pretendia ficar a viver na Quinta do Relógio durante um ano, “à experiência”, e que depois decidiria a compra. Oferecia, como contrapartida, as obras de melhoramento da casa. “Mas eu não sei se ela gastava um milhão de euros ou mil euros nesses melhoramentos. Para mim, era um risco”, explica António de Lacerda, advogado de profissão, que confirmou tratar-se efetivamente de Madonna através de outro advogado, que conhece o Tesla da cantora americana.
“Ela realmente gostou muito da propriedade, disse-me o secretário. Mas então tinha de fazer uma proposta minimamente aceitável”, diz António de Lacerda. “Fiquei com a ideia que ela não quer uma coisa definitiva. Quer alugar, não comprar.”
“Não consigo encontrar casa em Lisboa”, queixou-se Madonna no Instagram, no dia 8 de outubro. Agora compreende-se porquê – não abundam as casas a custo zero. Muito menos iguais a esta: