Na passada quarta feira, o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou, via Twitter, como já é hábito, que as pessoas transgénero não serão autorizadas a servir nas forças armadas dos EUA. Como argumento, referiu que os cuidados médicos que estas pessoas precisam implicam despesas muito altas para o país.
No entanto, um estudo conduzido pela RAND Corporation, uma think tank que faz análises para o Departamento de Defesa dos EUA, conclui que estes custos são apenas uma parte insignificante das despesas do Pentágono – o equivalente a 7 milhões de euros. Muitos mais, segundo o estudo, divulgado quinta-feira, gasta em medicamentos de disfunção erétil – cerca de 70 milhões de euros.
A BBC recorda que um relatório do Military Times de 2015 revelou que cerca de 250 milhões de euros foram gastos em Viagra, Cialis e Levitra desde 2011 apontando ainda que isso seria o equivalente ao custo de alguns aviões de combate. Só em 2014, foram emitidas mais de 1 milhão de prescrições para estes fármacos.
Mas porque é que as forças armadas americanas gastam tanto dinheiro medicamentos para a disfunção erétil?
Diga-se, em primeiro lugar, que menos de 10% das receitas foram para militares em serviço. A grande maioria teve como destinatários militares aposentados (dada a maior incidência de disfunção erétil em homens mais velhos), mas é de realçar que desde que começaram as guerras no Afeganistão e no Iraque a disfunção erétil tem aumentado nos militares que servem atualmente o exército americano. Segundo um estudo feito em 2014 pelo Departamento de Vigilância da Saúde das Forças Armadas, cerca de 100 mil casos de disfunção erétil foram detetados em militares ativos entre 2004 e 2013. Metade dos casos deviam-se a causas psicológicas, como o Stress Pós-Traumático.
Estima-se que cerca de 10 milhões de pessoas estejam cobertas pelo sistema de sáude dos militares, que engloba os familiares, o que, de acordo com as últimas estimativas disponíveis, custou cerca de 44 mil milhões de euros ao Pentágono.