Internado no Great Ormond Street Hospital, em Londres, desde os dois meses, o bebé tem estado no centro de uma batalha judicial que sofre agora uma nova reviravolta. Charlie Gard recebeu esta semana o estatuto legal de residência permanente que lhe permite viajar para os Estados Unidos para receber um tratamento experimental.
Os pais, Connie Yates e Chris Gard, têm lutado em tribunal para que o hospital onde o bebé, atualmente com onze meses, está internado não desligue as máquinas de suporte de vida. A equipa de médicos que tem vindo a acompanhar o caso defende o desligar dos aparelhos por considerar que o bebé não tem hipótese de sobrevivência. Já os pais acreditam que através de um novo tratamento experimental nos Estados Unidos o bebé poderá ter hipóteses de sobreviver. Para isso têm lutado judicialmente com o objetivo de receberem permissão para levar Charlie Gard aos Estados Unidos. Apesar de a justiça britânica ter decidido no dia 27 de junho que isso apenas prolongaria o sofrimento da criança foi aprovada terça-feira, pelo congresso, a atribuição a Charlie do estatuto legal de residência permanente no país.
O pequeno Charlie sofre de uma doença mitocondrial, uma síndrome genética rara e incurável, que provoca a perda da força muscular e danos cerebrais.
Na passada segunda feira, Connie Yates esteve reunida durante mais de cinco horas no hospital com a equipa de médicos que está a seguir o bebé e com o especialista Michio Hirano, professor de neurologia da Universidade de Columbia, em Nova Iorque. O especialista, que está na vanguarda do estudo da doença de Charlie, disse na semana passada, ao Supremo Tribunal, que, com um nova terapia experimental, havia hipótese de uma melhoria “pequena mas significativa”.
O juíz Nicholas Francis, encarregue do caso, deixou claro que seria ilegal levar Charlie sem autorização do tribunal, mas acrescentou que se o hospital mudasse de ideias, ele seria “obrigado a concordar”.
O novo veredicto do será anunciado na próxima segunda ou terça feira.
