É um simples dispositivo, pequeno, com três pontas cujo objetivo é… fazê-lo girar. Este é o “Fidget Spinner”, um brinquedo que não é novo, mas que parece estar a substituir os videojogos e os telemóveis das crianças em diversas escolas nos Estados Unidos e no Reino Unido.
O “fidget spinner” possui um círculo giratório no centro, sendo que, ao colocar os dedos nas pontas, com um movimento rápido dos mesmos é possível girá-lo, criando uma rotação veloz, com um efeito visual dinâmico, dada a sua variedade de cores.
Estes brinquedos estão a fazer sucesso entre as crianças das escolas britânicas, onde já são vistos como um objeto obrigatório. Esta popularidade emergente já se transportou para o Youtube, onde vários utilizadores demonstram alguns truques com os Fidget Spinners, como este:
Na Amazon do Reino Unido, este produto pode ser adquirido por um preço entre os 2 e os 25 euros, enquanto no site “Addictive Fidget Spinners”, só para dar outro exemplo, os valores são um pouco mais altos, variando entre os 6,5 e os 37 euros.
A origem
Criado por Catherine Hettinger no início dos anos 1990, o brinquedo era destinado essencialmente a crianças com autismo ou com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), com o objetivo de lhes reduzir o stress.
Na altura, Hettinger sofria de miastenia grave, uma doença neuromuscular que causa fraqueza e fadiga anormalmente rápida nos músculos voluntários. Preocupada com a filha, por não conseguir pegar nos seus brinquedos, juntou diversos objetos, uniu-os com fita-cola e envolveu-os num jornal. Depois de algumas experiências, nasceu o Fidget Spinner.
Ao The Guardian, a inventora do brinquedo revelou que abdicou da patente do brinquedo em 2005, por falta de rendimentos para a renovar.
Um problema nas escolas
Só que a ascensão dos níveis de popularidade do “spinner” tem sido tão elevada, que algumas escolas proibiram os alunos de os trazer, com receio de que estes possam distraí-los das aulas.
À BBC, Danielle Timmons, professora de uma escola na Escócia referiu que estes brinquedos “deviam ser utilizados para as crianças inquietas”, algo que não acontece pois “tornaram-se em jogos de recreio”.
Na semana passada, uma instituição em Henderson, Nevada, nos Estados Unidos, escreveu cartas aos pais dos alunos, pedindo-lhes que não tragam os “spinners” para as salas de aula. O vício dos estudantes atingiu proporções tão elevadas, que esta escola só permite o seu manuseio em sala de aula mediante atestado médico.
Mas nem tudo é mau. A psicóloga Amanda Gummer relatou à BBC que o “frenesim por estes dispositivos está a ajudar a quebrar o preconceito” para com um brinquedo dedicado a crianças com necessidades educativas especiais.
O fenómeno dos “fidget spinners” está “a alastrar rapidamente”, de acordo com Richard Gottlieb, fundador da Global Toy Experts, uma consultora da indústria dos brinquedos sediada nos Estados Unidos.
E os adultos também foram “contagiados”. A ponto de o consultor comparar o brinquedo com… cigarros. “Há pessoas que fumam, outras apertam bolas para combater o stress. As pessoas, em geral, andam stressadas com o Brexit, com a eleição de Trump, o conflito na Síria… É só escolher. Pode parecer loucura, e acredito que seja, porque os adultos andam tensos e ansiosos, mas as crianças, pelo menos nos Estados Unidos, também o estão”.