O anúncio foi feito em 2015 por Sergio Canavero: o primeiro transplante de cabeça aconteceria em 2017, na Universidade Médica de Harbin, na China. Dois anos depois, o plano mantém-se, apesar das fortes críticas dos seus pares e dos vários obsctáculos tanto do ponto de vista científico como ético. No ano passado, o médico cortou a espinal medula de um cão para, depois, a ligar novamente, ultrapssando assim uma das principais dificuldades que um transplante de cabeça implica.
Agora, Canavero publicou um outro estudo, não menos polémico, em que conta como, juntamente com outro cirugião, conseguiu ligar a cabeça de um rato ao corpo de outro. A experiência, publicada no CNS Neuroscience and Therapeutics, foi repetida com sucesso várias vezes, deixando os roedores com duas cabeças.
A maioria dos animais não viveu mais do que 36 horas, mas o neurocirugião sublinha que o seu objetivo não era mantê-los vivos, mas sim provar que é possível e que o primeiro transplante de cabeça em humanos está para breve.
Para a operação, os médicos usaram três animais de cada vez: o dador, o recetor e um terceiro para manter o fornecimento de sangue à cabeça transplantada, através de uma bomba.
Concluído o procedimento, foi possível verificar que o rato que tinha tido a cabeça transplantada conseguia ver e sentir dor, num sinal que de o cérebro estava a funcionar, apesar de separado do seu corpo original.