Em entrevista ao Times of India, o especialista alemão defende que as sociedades deviam apostar na prevenção dos crimes de pedofilia em vez que vez de punir os responsáveis e desfaz o que considera ser um “mito”: que os pedófilos podiam escolher deixar de ter fantasias sexuais com crianças se assim o desejassem.
“Muitas pessoas pensam ‘qual é o problema, o homem devia concentrar-se em mulheres’. Pensam que é uma escolha. Mas é uma fatalidade, não uma escolha”, afirma.
Outro mito, diz Klaus Beier, diretor do Instituto de Sexologia e Medicina Sexual, em Berlim, é que todas as pessoas com inclinação para a pedofilia vão agir nesse sentido, quando, acredita, é possível prevenir que isso aconteça. “Temos de lhes chegar antes que comecem”, defende.
Apesar de acreditar que a pedofilia não é uma questão de escolha, o médico sublinha que não é também uma doença psíquica e que, portanto, os pedófilos são inteiramente culpados pelas suas ações moral e legalmente.
Insistindo na necessidade de tratamento, Klaus Beier afirma que a probabilidade de recair, nos que não são tratados, é muito alta.
“Trabalhar com jovens tem sido um sucesso extraordinário, uma vez que eles aceitam ajuda” e “tentam encontrar uma forma de lidar com a sua inclinação”.
“É mais fácil treinar o comportamento num cérebro em desenvolvimento”, afirma.