Cientistas do Instituto de Investigación del Sida IrsiCaixa, sediado em Barcelona, descobriram uma vacina com potencial para acabar com o peso da toma obrigatória e diária de comprimidos para os doentes com o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH). Depois de tomarem a vacina, cinco doentes com SIDA ficaram livres do vírus, pelo menos durante este sete meses.
Os resultados desta investigação, que precisam ainda de ser confirmados através de estudos mais aprofundados e com um número de participantes maior, sugerem que esta vacina é capaz de dar um impulso ao sistema imunológico, fazendo com que os níveis de VIH desçam, sem que, para isso, seja preciso tomar comprimidos.
“Esta é a prova de que, através de uma terapêutica de vacinação, podemos realmente reeducar as nossas células T para controlar o vírus”, disse Beatriz Mothe, uma das investigadoras, durante a apresentação do estudo na Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections, a mais importante do Mundo sobre a infeção pelo vírus do VIH, que decorreu em Seattle, no estado de Washington.
De entre as 13 pessoas participantes neste ensaio clínico (que continua a decorrer) que pararam de tomar a medicação, cinco estão a conseguir controlar, por si próprias, o vírus há já 5, 13, 17, 20 e 27, semanas. Apesar do estudo estar a ser realizado em Barcelona, a vacina foi desenvolvida por investigadores da Universidade de Oxford.
“Nunca se tinha conseguido que um número significativo de participantes num ensaio se tornasse controladore virémico, [alguém cujo sistema imunológico consegue controlar naturalmente a quantidade de vírus no sangue], depois de uma intervenção terapêutica, seja uma vacina ou outra qualquer imunoterapia”, acrescentou Beatriz Mothe.
A partir de agora, a tarefa mais importante será tentar perceber de que forma conseguirão aumentar a eficácia desta estratégia, no sentido de a tornar eficiente para todos os participantes.