Não somos iguais nem na pista de dança, já se sabia. Mas agora que investigadores da Universidade de Northumbria, no Reino Unido, puseram algumas dezenas de pessoas a dançar e pediram a outras tantas para analisar os seus movimentos, ficamos a saber por que dizemos que um determinado homem ou uma mulher são bons dançarinos. E é por razões diferentes, claro.
Os primeiros a serem estudados foram os homens e os resultados apontam para um padrão claríssimo: aqueles que inclinavam a cabeça e torciam o tronco numa variedade de movimentos foram considerados os reis da pista. “Também concluímos que quanto mais forte o homem parecia, mais facilmente o consideravam bom dançarino”, conta ao Guardian Nick Neave, o psicólogo que liderou o estudo, publicado no Scientific Reports.
Agora foi a vez das mulheres e o método de trabalho utilizado semelhante. Filmaram (em 3D) 39 mulheres, entre os 18 e os 30 anos, a dançarem uma música com um ritmo de 125 batidas por minuto, e transformaram-nas em avatares, para torná-las todas iguais. Desse modo, quem fosse analisar não seria distraído pelo aspeto ou a roupa. Depois, os clips de 15 segundos foram mostrados a 200 pessoas (57 homens e 143 mulheres) – todos heterossexuais e com mais de 18 anos –, pedindo-lhes que dessem notas de 1 a 7 à performance.
Os movimentos impressionaram tanto homens como mulheres, sugerindo que elas dançam para atrair os homens mas também para mostrar às eventuais concorrentes como são excelentes na pista. E as preferências são, uma vez mais, claras: aquelas que abanavam as ancas e mexiam as coxas e os braços de forma assimétrica foram consideradas as rainhas da pista.
Para Nick Neave e os colegas, a maneira como estas mulheres dançavam era percebida como feminina – o que explica em parte a escolha. Mas há mais: “Pensamos que os movimentos assimétricos revelam um bom controlo corporal e que saber mexer as ancas sugere uma boa fertilidade.” E convém que todos, sejam homens ou mulheres, dancem ao ritmo da música.