Em 2012, os fumadores custaram, economicamente, cerca de 1337 mil milhões de euros, um valor que junta os gastos de saúde e as perdas de produtividade e que corresponde a quase 2 por cento do PIB anual a nível mundial. O montante gasto em despesas de saúde referentes a doenças relacionadas com o tabagismo totalizou quase seis por cento das despesas globais de saúde (cerca de 393 mil milhões de euros).
Os dados foram avançados por um estudo, publicado este ano, que reuniu dados de 152 países, representando 97 por cento dos fumadores em todo o mundo. “Estes resultados destacam a necessidade urgente para todos os países implementarem medidas abrangentes de controlo do tabaco, de forma a fazer face a estes custos económicos”, referem os investigadores.
O consumo de tabaco traduz-se num “fardo muito pesado para a economia em todo o mundo, particularmente na Europa e no Norte da América, onde a epidemia do tabaco está num estado mais avançado”, dizem. No caso do Leste Europeu, os dados mostram que a percentagem do gasto em despesas de saúde é de 10%.
Quase 40 por cento do custo a nível mundial é referente a países em desenvolvimento – só os BRIC (Brasil, Rússia, Índia e Chica) contam com 25 por cento. Esta é uma novidade nas investigações sobre o impacto negativo do tabagismo nos sistemas de saúde e na economia, que, até aqui, se dedicavam apenas ao estudo de países com rendimento elevado.
Para este estudo, os investigadores utilizaram uma abordagem de “custo da doença”, que soma o impacto económico de uma doença em custos diretos, como admissões hospitalares e tratamentos, e os custos indiretos que representam o valor da produtividade perdida com a morte ou incapacidade.
O número de anos de trabalho perdidos devido a problemas de saúde relacionados com o tabagismo somou 26,8 milhões, dos quais 18 milhões se justificam com a morte dos indivíduos e o restante com a incapacidade. Em 2012, 12 por cento das mortes entre os adultos trabalhadores entre os 30 e os 69 anos foram causadas por doenças relacionadas com o tabaco, o que significa a perda de 1.4 milhões de pessoas que poderiam estar a trabalhar.