Está desvendado um dos maiores mistérios do sarcófago de Tutankamón: a lâmina do punhal encontrado junto ao faraó do Antigo Egipto é feita com materiais encontrados em meteoritos, confirma um novo estudo.
Uma equipa de investigadores italianos e egípcios – do Politécnico de Milão, da Universidade de Pisa e do Museu Egípcio do Cairo – analisaram o artefacto com a técnica espectroscopia de fluorescência de raios-x não invasiva e descobriram que o ferro com que é feito a lâmina do punhal contém 10% de níquel e 0,6% de cobalto, concentrações de substâncias encontradas em meteoritos metálicos.
A equipa comparou a composição da lâmina com meteoritos encontrados num raio de 2000km em volta do Mar Vermelho, e encontraram uma combinação. O meteorito, chamado Kharga, foi encontrado a 240km de Alexandria, no porto da cidade Mersa Matruh, que na altura de Alexandre, o Grande – 4 séculos a.C. – era conhecida como Amunia. As descobertas foram publicadas na revista norte-americana Meteoritics & Planetary Science.
“A introdução de um novo composto sugere que os antigos egípcios sabiam já no século 13 a.C. que estes pedaços caíram do céu, antecipando a cultura ocidental em mais de dois milénios”, escreveram os investigadores no artigo.
Mas esta arma pode não ser a única coisa com origem extraterrestre no sarcófago do egípcio. Em 2006, um astroquímico austríaco sugeriu que uma jóia amarela moldada em forma de escaravelho e colocada no colar do Rei Tut é, na realidade, um pedaço de vidro formado no calor de um meteorito a cair na areia.
O punhal de 34,2 centímetros é considerado um dos itens mais excepcionais retirados do túmulo devido ao requintado trabalho em metal. Descrito por Howard Carter como um “punhal de ouro altamente ornamentado com um punho em cristal”.
Tutankamón, que morreu aos 19 anos, foi mumificado há mais de 3300 anos atrás mas o seu túmulo só foi descoberto em 1922 por Howard Carter. Três anos depois, a equipa de arqueólogos encontrou o punhal junto à anca direita do “faraó menino”.