Sadiq Khan tem 45 anos, é filho de emigrantes paquistaneses e surge à frente de todas as sondagens para a câmara de Londres. Integração e cultura são os lemas do trabalhista.
A origem
O pai, emigrante paquistanês, conduzia a carreira 44, dos míticos autocarros londrinos, e Sadiq nasceu em Tooting, a sul de Londres, um bairro operário que passou a zona chique, com a inevitável consequência do aumento do preço das casas. Aliás, esta realidade levou a que, durante a campanha, o candidato trabalhista tenha lamentado a gentrificação da cidade. Mesmo com esta crítica, Sadiq já disse que Londres é a melhor cidade do mundo para criar as filhas.
Opostos
Zac Goldsmith, o líder dos conservadores, é loiro, filho de pai milionário, defensor das políticas ambientais e objetivamente telegénico. Sadiq Khan é filho de emigrantes, fez carreira como advogado, até ser eleito membro do parlamento britânico, pelos trabalhistas, em 2005. Os eleitores londrinos, que tendencialmente votam à esquerda, devem escolhê-lo para substituir o excêntrico, porém conservador, Boris Johnson, mayor de Londres desde 2008.
Estreia
Descrito como social-democrata, o candidato trabalhista será o primeiro muçulmano aos comandos de uma grande cidade do mundo ocidental – só possível no seio de um partido “progressista”, afirmou ao jornal The Independent. Mesmo assim, reconhece a estranheza quando é o único elemento das reuniões políticas a fazer jejum durante o Ramadão.
Londres, capital cultural
A par da integração, a promoção da cultura tem sido uma das principais bandeiras políticas da campanha. Uma das propostas é criar um passe, o Love London Pass, que ofereça descontos aos londrinos nas entradas em museus, galerias de arte e espetáculos. Apresentou ainda um plano de criação de infraestruturas com o objetivo transformar Londres numa capital cultural do mundo (não é já?).
Desespero
Os conservadores já não sabem o que fazer perante a expressiva vantagem de Sadiq Khan nas sondagens. Chamou-se a cavalaria, ou seja, o primeiro-ministro David Cameron, que alertou: “Todo o país vai pagar a fatura se os londrinos embarcarem no voto por Khan.” E isso porque a vitória de um trabalhista na capital serviria de campo de teste às políticas do líder Jeremy Corbyn, com aumento de impostos e alterações no sistema de transportes.