A maioria de esquerda no Parlamento (PS, BE, PCP e PEV) aprovou ontem, com a abstenção do PSD e do CDS, uma moção que condena a criação do “Museu Salazar” em Santa Comba Dão por considerá-lo “uma afronta à democracia, aos valores democráticos” e uma “ofensa à memória das vítimas da ditadura”, nos termos da proposta do PCP.
No entanto, o documento onde se faz o resumo do projeto de Rede de Centros de Interpretação de História e Memória Política da Primeira República e do Estado Novo – que a VISÃO publica na íntegra – desmente qualquer propósito de instalar na terra do ditador um museu dedicado à figura de Salazar.
A ideia das autarquias da região beirã, que tem a consultoria científica, tecnológica e deontológica do Centro dos Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20) da Universidade de Coimbra, foi apresentada ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a 17 de julho, em Penacova, tendo, entretanto, sido pretexto para uma conferência de Imprensa sobre o tema na passada semana.
O caso é tratado em pormenor na edição da VISÃO desta semana. Nela, pode ainda ler a reportagem em Santa Comba Dão, as explicações dos autores da ideia e as opiniões do historiador Fernando Rosas e do politólogo Jaime Nogueira Pinto.