Uma manhã bastou para André Ventura negar publicamente que ele próprio ou alguém em seu nome tivesse convidado Pedro Pardal Henriques para ser candidato a deputado nas listas do Chega. Em declarações à VISÃO, o líder do recém-formado partido afirma que somente ele e a sua direção “podem convidar quem quer que seja para candidato a deputado” e que isso não aconteceu, ao contrário do que o porta-voz do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) adiantara.
“Não foi feito da minha parte, enquanto presidente, nem da direção do partido, nenhum convite ao dr. Pedro Pardal Henriques para integrar as listas do Chega”, observa o ex-conselheiro nacional do PSD e antigo vereador na Câmara Municipal de Loures, desmentindo o advogado que tem representado os condutores de veículos pesados que estão em greve por tempo indeterminado desde segunda-feira, que garantira, à VISÃO, que, além do PDR de António Marinho e Pinto também o Chega o tinha abordado para avançar nas legislativas de 6 de outubro.
Apesar de “compreender as razões dos motoristas” que mantêm a paralisação e de lamentar a “intolerância com que têm sido tratados, especialmente pelo Governo”, Ventura realça ainda que, “atendendo às posições do Chega sobre a greve, não seria sensato convidar o dr. Pedro Pardal Henriques” para as suas listas.
“Não tem a ver com o seu valor pessoal, mas com uma questão política”, sintetiza o controverso líder do partido, que assegura também que este episódio “não altera em nada a posição do Chega relativamente à greve e à prepotência evidenciada pelo Executivo e pela esquerda em geral (porque esta greve não é controlada pela CGTP ou ela UGT) face aos motoristas”.