Foi quase três semanas depois de assumir a liderança do PSD que Rui Rio decidiu reunir-se com os deputados sociais-democratas. Segundo relataram à VISÃO parlamentares que estiveram presentes na sala, houve várias intervenções que visaram diretamente a nova direção do partido. À saída, o ex-autarca do Porto falou aos jornalistas e relativizou as críticas: “a realidade dentro da sala foi diferente daquela que foi difundida para fora”, assegurou. As primeiras informações que chegavam do encontro apontavam para um ambiente tenso, marcado por intervenções duras e críticas à atual Comissão Política Nacional. O sucessor de Passos recusa, no entanto, falar em convulsão entre os deputados. “Não notei [esse ambiente]”.
Houve, segundo apurou a VISÃO, discursos que puseram em causa a aproximação do partido ao PS, nomeadamente o de Luís Montenegro. Rui Rio não nega que esse tenha sido um dos temas aflorados pelo ex-líder parlamentar mas afirma que interpretou essa acusação de outro modo, colocando o ónus no outro lado. “Não ouvi críticas a esse tema, ouvi sim um ceticismo em relação à boa vontade do PS”, disse.
Apesar de não ter havido unanimidade dentro da sala, Rio não se mostrou preocupado à saída, assegurando que não pretende ser o líder que é “aplaudido por todos.” O ambiente hostil que Fernando Negrão disse à VISÃO ter encontrado depois de assumir a liderança da bancada parece agora mais esbatido. Ou pelo menos foi o que tentou assegurar o novo líder do PSD, admitindo que não há pressa para que “os três ou quatro deputados” mais críticos comecem “a alinhar com os restantes”.
A reunião durou cerca de três horas e meia e serviu, como referiu um deputado, “para lavar a alma” do grupo parlamentar. Imune às críticas, Rio afirmou que este primeiro encontro “não podia ter corrido melhor.” Apesar da segurança, não está previsto um novo encontro entre as partes para breve.