Na primeira vez que se reuniu com os deputados do PSD, Rui Rio não se livrou das críticas. Já se sabia, até a julgar pela votação que Fernando Negrão obteve nas eleições para a liderança da bancada parlamentar, que não ia ser uma reunião fácil para o sucessor de Passos Coelho. Mas os deputados não se inibiram e confrontaram diretamente o novo presidente do partido.
Segundo apurou a VISÃO, Luís Montenegro e Carlos Abreu Amorim terão sido duas das vozes mais críticas. O ex-líder da bancada parlamentar atacou frontalmente a estratégia de aproximação ao PS seguida por Rio nestes primeiros tempos à frente dos sociais-democratas. Já Abreu Amorim falou para exigir mais respeito pelos deputados, acusando o novo líder de estar a desvalorizar o papel dos parlamentares e exigindo um pedido de desculpas ao novo presidente.
A escolha de Elina Fraga, a primeira polémica a abalar a direção riosísta, também não foi esquecida. A deputada Teresa Morais criticou duramente a escolha da ex-bastonária da Ordem dos Advogados.
Um social-democrata presente na reunião revela que em várias intervenções houve críticas à forma como o novo líder se tem relacionado com a bancada. Vincou-se muito a ideia de que “não foi simpático saber da criação do Conselho Estratégico pela comunicação social”, conta à VISÃO uma outra fonte.
Esta quarta-feira, depois da reunião da Comissão Política Nacional, Rui Rio anunciou a criação do Conselho Estratégico Nacional, um órgão que se destinará a preparar o programa de Governo que o PSD vai levar às legislativas e que será presidido pelo vice-presidente David Justino. Uma espécie de governo sombra que estará segmentado em 16 áreas diferentes, cada uma dirigida por um porta-voz e por um coordenador.