Durante quase um ano, os inspetores da Polícia Judiciária vigiaram todos os passos e telefonemas de Rui Rangel. Foi através desta vigilância apertada que descobriram que o juiz do Tribunal da Relação de Lisboa andava a discutir vários negócios relacionados com o Sport Lisboa e Benfica.
Um desses negócios passava por instalar um centro de alto rendimento do Benfica, apetrechado com um hotel e com uma clínica, nos terrenos da Câmara de Lisboa onde é feito o Rock in Rio (o Parque da Bela Vista). O principal parceiro do juiz nestes projectos era o advogado Jorge Barroso, que também foi constituído arguido e interrogado na Operação Lex. O advogado é próximo de Luís Filipe Vieira e foi vice-presidente da lista que Rui Rangel apresentou à presidência do Benfica, em 2012.
Para levar este plano do centro alto de rendimento avante, Jorge Barroso terá chegado a encontrar-se com Azim Jamal, membro do grupo Azinor, que controla a cadeia de hotéis Sana, apresentando-se como amigo de Rui Rangel. Nesse contexto, terá também sugerido um jantar entre Azim Jamal e Luís Filipe Vieira, comunicando depois ao juiz que esse jantar seria do “interesse” de ambos.
Mas este não foi o único projecto relacionado com o Benfica com o qual Rui Rangel planeava obter lucros. Há o plano para uma fundação e até negociatas sobre o serviço de catering.
Recorde-se que Luís Filipe Vieira também foi constituído arguido na Operação Lex, por suspeitas de prometer contrapartidas a Rui Rangel em troca de influências do juiz sobre a colega do Tribunal Administrativo e Fiscal de Sintra que tinha de decidir uma questão fiscal relacionada com uma empresa do presidente do Benfica.
Pode ler a história completa sobre estas e outras negociatas do juiz Rui Rangel na edição da VISÃO que está nas bancas.